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    Crise da água

    Saiba mais sobre o volume morto

    DE SÃO PAULO

    08/01/2015 18h45

    Volume morto é a reserva de água profunda das represas.

    Armazenado abaixo do ponto de captação, o volume morto não pode ser retirado só por gravidade. Ele precisa ser puxado por bombas, cuja instalação custou R$ 80 milhões no caso do sistema Cantareira –o primeiro a usar essa reserva.

    O primeiro volume morto, de 182 bilhões de litros, começou a ser usado em maio de 2014, quando o nível das represas chegou a 8,2% da capacidade -o menor já atingido até então. Com a medida, o nível saltou para 26,7% na ocasião.

    No entanto, como a água estava se esgotando rapidamente, a Sabesp pediu autorização para usar uma segunda cota, de 106 bilhões de litros.

    Em 24 de outubro do mesmo ano, às vésperas das eleições, o índice que mede o nível das represas passou a contabilizar a segunda cota, mesmo antes de ela começar a ser bombeada.

    À época, sem a inclusão dessa reserva, o Cantareira estaria com apenas 2,7% da capacidade, a mais baixa já registrada. Sem chuva suficiente, e mesmo já contando com o volume morto, o nível do sistema continuou caindo: foi de 13,6% para 13,4% no dia 25 do mesmo mês. 

    No dia 24 de fevereiro deste ano, o Cantareira recuperou o equivalente à segunda cota do volume morto.

    Após pressão do Ministério Público Estadual que cobra mais transparência na divulgação das informações, a Sabesp agora divulga dois dados sobre a crise da água em São Paulo.

    O percentual usado agora tem como base a quantidade de água naquele dia e a capacidade total do reservatório, de 1,3 trilhão de litros e que inclui o volume útil (acima dos níveis de captação) e as duas cotas do volume morto (reserva do fundo das represas, captadas com o auxílio de bombas). Até então, o índice considerava o volume morto apenas na quantidade disponível, e não na capacidade total –sem ele, o sistema tem capacidade de 1 trilhão de litros de água.

    Atualmente, o reservatório abastece 5,6 milhões de pessoas na zona norte e partes das zonas leste, oeste, central e sul da capital paulista –eram cerca de 9 milhões antes da crise da água. Essa diferença passou a ser atendida por outros sistemas.

    Editoria de Arte/Folhapress

    ALTO TIETÊ

    Também em situação crítica, o sistema Alto Tietê, que abastece 4,5 milhões de pessoas na região leste da capital paulista e Grande São Paulo, passou a contar em dezembro de 2014 com volume adicional de 39,5 milhões de metros cúbicos de água da represa Ponte Nova, em Salesópolis (a 97 km de São Paulo).

    Segundo a Sabesp, a água acrescida ao Alto Tietê é chamada de volume adicional porque não é necessário o bombeamento, como no volume morto, no qual a água fica abaixo das bombas de captação.

    A medição da Sabesp é feita diariamente e compreende um período de 24 horas: das 7h às 7h.

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