Luiz Magno Gomes e Silva costumava dizer que nenhum aniversário no mundo era mais festejado que o seu. Tinha lá certa razão, já que, nascido em 1° de janeiro, considerava que todos os fogos de artifício estourados nos cinco continentes eram para ele.
Natural de Coelho Neto, no interior do Maranhão, conheceu o Estado todo —a pé ou de avião, carro, barco e até em lombo de animal— como agente de estatística, cargo hoje extinto do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), onde trabalhou por quatro décadas.
Colecionador de motocicletas e carros antigos, chegou a ter 15 de uma só vez. Por muitos anos, manteve uma pequena oficina mecânica em casa, na qual fazia reparos para amigos e parentes.
Filho de um escritor e historiador e de uma dona de casa e poetisa, era um homem de espírito alegre. Adorava Carnaval e os festejos juninos.
De prosa fácil e brincalhão, sempre tinha uma piada para cada situação, mas, quando necessário, também uma palavra de esperança.
O otimismo com que levava a vida era uma de suas marcas. Com ele não tinha tempo ruim, pois considerava que viver era uma bênção e uma concessão de Deus.
Nunca foi visto dizendo palavrões ou alterando a voz para brigar com alguém.
Havia 30 anos que sofria de diabetes, doença que o levou a diversas internações. Morreu no sábado (24), aos 84, de infarto. Viúvo do primeiro casamento, teve outros relacionamentos, que, juntos, deram-lhe dez filhos e 16 netos.