Mesmo diante das inúmeras portas virtuais de conhecer pessoas e conquistar parceiros na atualidade, resistem as histórias de casais que apostam e acreditam em seus primeiros namorados como únicos até o casamento.
Amanda Silvestre de Freitas, 26, conheceu Talles Santos, 27, no colégio, há onze anos. Namoraram, se separam por um ano e meio, voltaram e se casaram.
Para eles, não terem vivido outras experiências amorosas "sérias" não afetou em nada a decisão de passarem a dividir o mesmo teto.
Danilo Verpa/Folhapress | ||
Amanda e Talles se conheceram na escola, namoraram e casaram sem ter tido outros relacionamentos |
"É, sim, temeroso quando você acha que tem um outro alguém muito melhor, que vai fazer você mais feliz, andando por aí. Mas quando você consegue enxergar as qualidades da pessoa que ama e consegue equilibrar isso com os defeitos, que vem no pacote, consegue lidar com isso muito bem. Os outros são só os outros", diz Amanda.
Para o casal, o sucesso de o primeiro amor "dar certo", vem da cumplicidade, da aceitação da forma de ser do outro e da tolerância com as manias e o jeito de ser.
"É fácil nos divertirmos juntos, temos muitos interesses em comum que tornam o relacionamento muito leve. Não precisamos nos esforçar para que os dois fiquem felizes juntos. Até hoje, ela me deixa com frio na barriga.
SEMELHANÇAS
A médica Lorena Amaral, 33, e o funcionário público Paulo Cardoso, 26, também se escolheram se casar mesmo tendo nos parceiros os seus primeiros namorados. Relacionaram-se por três anos e meio e decidiram apostar na união.
Os dois possuem a mesma síndrome, de caráter genético e hereditário, que afeta o desenvolvimento ósseo, a osteogenese imperfeita, também conhecida como síndrome dos ossos de cristal.
"Precisei de um tempo pra entender que o amava mesmo, independentemente de qualquer condição física que nos aproximasse. Tive medo de me apegar à ideia de que éramos semelhantes fisicamente e, por isso, precisávamos dar certo", diz Lorena.
Arquivo Pessoal | ||
Lorena e Paulo Cardoso também se namoraram e casaram sem que tivessem outros relacionamentos |
Mas o envolvimento e o amor, segundo ela, foi o que falou mais alto.
"Me conquistou o fato de poder contar com ele para qualquer coisa e o quanto ele me deixa com frio na barriga apesar de nos conhecermos já há algum tempo."
O fato de terem feito a opção de se "amarrarem" jovens e sem experiências amorosas anteriores significativas não incomoda ao casal.
"Termos nos escolhido tão jovens é maravilhoso. Poder contar com alguém sempre é acabar com aquela busca incansável por um companheira. Traz paz pra vida. Estou amando a vida de casada. Não troco pelas peripécias de solteira, mas, claro, me casei com um cara que me acompanha em tudo. Isso é fundamental", declara a médica.