A Polícia Civil de São Paulo investiga a origem de um áudio atribuído à diretora do DHPP (departamento de homicídios), Elisabete Sato, em que uma voz feminina faz comentários sobre a chacina na Grande SP e sugere amadorismo de PMs na execução dos crimes.
"Eles não souberam fazer. Tem que saber fazer. [...] Se fosse eu, no meu caso, ah matou? Vamos se vingar? Ia lá, matava um lá hoje, daqui 15 dias mais um, daqui 20 dias mais outro. Mas não o que fizeram, né?", diz a mulher para um interlocutor chamado por ela de Fonseca.
Em nota, o governo paulista afirma tratar-se de uma imitação grosseira da diretora da Polícia Civil. "A voz no áudio não é da delegada Elisabete Sato. A imitação chega a ser grosseira em decorrência de vários erros de português e de concordância verbal", diz trecho da nota da Secretaria da Segurança.
Ainda de acordo com o governo, a investigação foi aberta pelo Dipol (Departamento de Inteligência da Polícia Civil) "para apurar a origem de um áudio que tenta imitar a voz da diretora do DHPP".
A principal linha de investigação é que a origem do áudio possa ser de policiais.
POLICIAIS DE PLANTÃO
Pelo menos sete dos 18 policiais militares suspeitos de participação nas mortes em série de duas semanas atrás na Grande São Paulo estavam de plantão na corporação no momento do crime.
A informação, que consta de documentos enviados pela Corregedoria da PM à Justiça Militar, pode ser um álibi na defesa dos suspeitos ou indicar que seus superiores foram omissos ou coniventes com a atuação dos policiais.
Os assassinatos numa só noite em Osasco e Barueri totalizaram 19 nesta quinta-feira (27), após a morte de uma garota de 15 anos que estava internada desde a noite do crime.
Os sete policiais –um sargento, um cabo e cinco soldados– integram o policiamento de moto do 42º Batalhão de Osasco, a Rocam, responsável pela segurança da região dos ataques.
Eles estão entre os 18 PMs que foram alvos de mandados de busca e apreensão, no fim de semana, cumpridos por ordem da Justiça Militar após pedido da corregedoria.
As mortes na noite do dia 13 em Osasco ocorreram, segundo os registros oficiais, num intervalo inferior a duas horas, a partir das 20h50. Já os policiais, segundo documentos da corregedoria, "foram liberados normalmente" do trabalho às 23h.