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    'Tive uma segunda chance', diz turista atacado por tubarão em Noronha

    DE SÃO PAULO

    23/12/2015 19h44

    Reprodução/G1
    "Só tenho que agradecer, é uma oportunidade de viver novamente", disse, na tarde desta quarta-feira (23), o contador paranaense Márcio de Castro Palma da Silva, de 32 anos, que perdeu a mão e parte do braço direito ao ser atacado por um tubarão em Fernando de Noronha na última segunda (21). Ele conversou com a imprensa na Unidade III da Unimed, hospital particular da Ilha do Leite, área central do Recife, onde está internado
    Márcio de Castro Palma da Silva, 32, que perdeu parte do braço direito ao ser atacado por um tubarão

    O turista paranaense Márcio de Castro Palma, que perdeu o antebraço direito num ataque de tubarão no arquipélago de Fernando de Noronha na segunda-feira (21), disse que sente como se tivesse tido "uma segunda chance".

    Palma concedeu nesta quarta-feira (23) uma entrevista à imprensa no hospital da Unimed, no Recife, para onde foi transferido na noite desta terça (22). "Eu só tenho que agradecer, principalmente a Deus e depois ao pessoal médico que me atendeu em Fernando de Noronha", disse ele, em vídeo publicado no G1.

    O turista contou que estava no mar da baía do Sueste com colete salva-vidas, nadadeira e snorkel quando viu o tubarão. "Fiz um giro de 360 graus e, quando me posicionei novamente de frente para o oceano, eu já vi um tubarão bem na minha frente. Ele já estava começando a abrir a boca na minha frente", disse. "Eu tentei me desvencilhar e fui com a mão, para nadar para trás, e a minha mão direita entrou na boca dele, que já estava aberta."

    Palma contou que o tubarão mordeu seu braço e, em um segundo "chacoalhão", arrancou seu antebraço. "Quando ele me pegou eu afundei um pouquinho e quando eu subi comecei a nadar para a superfície", disse.

    Depois de gritar para que a mulher, que nadava mais perto da areia, saísse da água, Palma nadou até sair da água. "Um rapaz me ajudou a fazer um torniquete para amarrar um pano [no braço] e fui segurando até o veículo da ICMBio [que administra o parque]. Logo em seguida fui encaminhado para o hospital de lá", contou.

    Segundo o turista, as pessoas que prestaram os primeiros-socorros, entre eles um médico, estavam de férias e se dispuseram a atendê-lo. "Eu acredito que esses primeiros-socorros foram essenciais para que eu sobrevivesse e tivesse o máximo do meu braço utilizável."

    Palma havia chegado a Fernando de Noronha no domingo (20) e, na tarde de segunda, quando foi atacado, nadava com a mulher, o irmão, a cunhada e um casal de amigos. Ele disse que mergulhava "sem máquina, sem aquele 'stick' de selfie, e com máscara de snorkel e nadadeira".

    CIRURGIA

    Palma passou por uma cirurgia de amputação de parte do braço no hospital da Restauração, que é referência em ataques de tubarão, e faz tratamento com antibióticos para evitar infecções.

    No momento do ataque, a água na baía estava um pouco mais turva que o normal, o que pode ter confundido o tubarão, segundo especialistas.

    O governo federal decidiu, nesta quarta, restringir o horário de acesso à praia do Sueste. Pelas novas regras, a praia só reabrirá na sexta-feira (25), das 10h às 15h. Antes do acidente, o funcionamento era das 8h às 18h30. A medida é válida até 4 de janeiro de 2016.

    Além disso, a atividade de flutuação na baía só será permitida a banhistas que estejam acompanhados de um monitor ou guia credenciado pelo ICMBio (Instituto Chico Mendes de Biodiversidade), que cuida do Parque Nacional de Fernando de Noronha.

    De acordo com José Tadeu de Oliveira, técnico do ICMBio em Noronha, a espécie que provavelmente atacou o banhista é o tubarão-tigre, considerado mais violento. Segundo ele, a principal hipótese para o ataque era que o banhista tivesse se aproximado demais do animal.

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