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    mosquito aedes aegypti

    OMS lança plano de US$ 56 milhões para combater epidemia de zika

    DE SÃO PAULO

    17/02/2016 09h22

    A OMS (Organização Mundial da Saúde) lançou nesta terça-feira (16) um plano estratégico global no valor de US$ 56 milhões –em torno de 225 milhões de reais– para combater a epidemia de zika, a microcefalia (má-formação no cérebro de bebês) e as condições neurológicas associadas ao vírus, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti.

    Intitulado de "Plano de Arcabouço para Reação Estratégica e Operações Conjuntas", a OMS pretende investir esse montante até junho deste ano. Do total, 25 milhões seriam financiados pela organização em conjunto com a Opas (Organização Pan-Americana da Saúde) e o restante por parceiros chave.

    O valor será distribuído em seis categorias: campanhas de conscientização (em torno de US$ 15 milhões), cuidados com as pessoas afetadas pelo vírus (em torno de US$ 14 milhões), vigilância (em torno de US$ 7 milhões), combate ao vetor, pesquisa e coordenação em torno de US$ 6 milhões, cada um.

    Já o repasse para os países afetados será determinado de acordo com a incidência de Aedes, zika, microcefalia, aumento de casos de síndrome neurológicas nos países. O Brasil, por ser um dos mais afetados pelo surto de zika e microcefalia, se enquadra em todas as categorias e, por isso, deve ser um dos maiores contemplados no plano global da OMS.

    Distribuição de recursos da OMS - Valores aproximados, em US$ milhões

    Recursos da OMS - Liberação dependerá da situação no país

    O objetivo do plano é mobilizar e coordenar parceiros, peritos e recursos para ajudar países a incrementar a vigilância da zika e dos distúrbios que possam estar ligados ao vírus, aumentar o controle vetorial, comunicar efetivamente os riscos, tomar medidas de orientação e proteção, prover assistência médica aos afetados e estabelecer um processo rápido de pesquisa e desenvolvimento de vacinas, diagnósticos e terapias.

    Doenças transmitidas pelo Aedes aegypti

    A diretora da OMS, Margaret Chan, diz que a "situação da zika é particularmente grave por causa do potencial de propagação internacional, dada a ampla distribuição geográfica distribuição do mosquito vetor, a falta de imunidade da população em áreas recém-afetadas, e a ausência de vacinas, tratamentos específicos e testes de diagnóstico rápido".

    Com base em recomendações do Comitê de Emergência do Regulamento Sanitário Internacional, a OMS declarou no dia 1° de fevereiro que os casos crescentes de distúrbios neonatais e neurológicos, em meio ao crescente surto da zika nas Américas, constituem uma emergência de saúde pública de importância internacional.

    A partir de 12 de fevereiro, segundo a organização, 39 países relataram a circulação autóctone (ocorrida dentro do território nacional e não em pessoas que viajaram para o exterior) de vírus da zika. Também foram registrados casos importados nos Estados Unidos, na Europa, e em países não endêmicos da Ásia e do Pacífico.

    Uma das estratégias da OMS é focar na forma de distribuição, extensão e natureza de infecção pelo vírus da zika, e as tendências em microcefalia e na síndrome Guillain-Barré. Para garantir uma coordenação eficaz de parceiros internacionais e demais interessados, a entidade pretende investir cerca de US$ 6 milhões para estabelecer equipes de gestão de incidentes no âmbito global, regional e dentro do país com a finalidade de estreitar a comunicação e facilitar o combate ao vetor.

    A OMS estima também em pouco mais de US$ 6 milhões o investimento no combate ao Aedes aegypti em países que abrigam o mosquito, na distribuição de repelentes, principalmente para gestantes e mulheres em idade fértil.

    OUTROS INVESTIMENTOS

    Nesta terça (16), o embaixador da União Europeia no Brasil, João Gomes Cravinho, anunciou a liberação de 10 milhões de euros para pesquisas sobre o vírus da zika. O anúncio ocorreu após reunião de embaixadores de países como Alemanha, Inglaterra, Espanha e Portugal com o ministro da Saúde, Marcelo Castro, em Brasília.

    Segundo Cravinho, será lançado um edital no dia 15 de março para seleção de projetos e institutos de pesquisa que devem receber os recursos. Após a inscrição, a expectativa é que a escolha dos projetos ocorra em até um mês. "A comunidade internacional ainda tem muitas incertezas sobre a zika", afirma. "Temos o dever de apoiar o Brasil nesta luta", disse.

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