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    Aula sobre Hitler bomba em canal da internet com mais de 5 mi de inscritos

    FLÁVIA FOREQUE
    DE BRASÍLIA

    01/03/2016 02h00

    Em três dias, um vídeo de 1h20 sobre Adolf Hitler bateu a marca de 1 milhão de visualizações no YouTube. O material foi divulgado entre vídeos sobre a banda Mamonas Assassinas e o filme Jurassic Park, temas já abordados no Canal Nostalgia.

    Com 5,8 milhões de inscritos, o site tem como foco a cultura pop de décadas passadas, mas decidiu lançar um produto de viés educativo.

    "Antigamente não tinha muita escolha para buscar informações. E hoje tem muita gente compartilhando informação errada", diz Felipe Castanhari, 26, dono do canal.

    Até esta segunda (29), o vídeo sobre Hitler tinha 2,4 milhões de visualizações, marca semelhante à de materiais sobre Star Wars. A maior parte do público tem de 17 a 24 anos, mas os assuntos e a abordagem também atraem os mais jovens.

    Adriano Vizoni/Folhapress
    SAO PAULO - SP - BRASIL, 29-02-2016, 16h20: IDOLO TEEN NO YOUTUBE. Retrato de Felipe Castanhari, idolo teen do youtube que faz sucesso com aula de historia. (Foto: Adriano Vizoni/Folhapress, COTIDIANO) ***EXCLUSIVO FSP***
    Felipe Castanhari, ídolo teen do YouTube que faz sucesso com aula de historia

    Um dos episódios narrados no vídeo é a vitória do corredor negro Jesse Owens na competição de 100 metros na Olimpíada de Berlim, em 1936. "Você acha que ele [Hitler] foi lá, desceu, foi dar a medalhinha pro cara? Está enganado: Hitler foi bem cuzão e saiu fora do estádio antes mesmo que as pessoas pudessem perceber", narra.

    Com uma equipe de roteiristas, Castanhari, formado em animação digital, diz que a aula passou pelo crivo de uma historiadora. A iniciativa foi elogiada por quem também trata de conteúdo semelhante na sala de aula.

    "A ideia de que existe um conteúdo pronto, fixo, que deve ser transmitido por aulas expositivas é algo que está morrendo", avalia Gianpaolo Dorigo, supervisor de história do curso Anglo.

    Se há dez anos o uso de celular em sala de aula era motivo de irritação do professor, hoje o aparelho já é visto como uma opção de pesquisa entre os alunos, diz. "Às vezes cito de propósito alguma coisa esquisita e já vejo as pessoas se movendo."

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