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    Inundações e deslizamentos deixam 5 desaparecidos e 2.965 sem casa em SP

    WALTER PORTO
    ELVIS PEREIRA
    DE SÃO PAULO

    12/03/2016 19h06

    A série de inundações e deslizamentos de terra deixou 2.965 pessoas desabrigadas ou desalojadas em cidades de São Paulo. O balanço foi divulgado pelo governo estadual neste sábado (12). Além disso, cinco pessoas estão desaparecidas em Mairiporã.

    Há desabrigados —quando a pessoa não tem para onde ir e depende do poder público— em oito municípios: Atibaia (700), Cabreúva (15), Caieiras (10), Cajamar (128), Franco da Rocha (38), Francisco Morato (30), Mairiporã (25) e São Roque (5).

    O número de desalojados —a pessoa fica na casa de parentes e amigos— é maior. Ao todo, há 2.014. Os dados se referem a Caieiras (90), Cajamar (16), Franco da Rocha (420), Francisco Morato (520), Itupeva (600), Mairiporã (216) e Santa Isabel (120).

    Represa Paiva Castro

    BUSCAS

    O Corpo de Bombeiros mantinha as procuras por cinco pessoas que ficaram soterradas após um deslizamento de terra no Parque Náutico, em Mairiporã. Entre elas há duas irmãs —uma de 10 meses e outra de 12 anos, um adolescente de 17, uma mulher de 28 anos e uma idosa de 73.

    "Eu estou aqui só porque Deus quis", disse neste sábado (12) à Folha a vendedora Camila Gomes Paixão, 28, que morava em um sobrado que desabou em Mairiporã.

    Ela compartilhava a casa com a família de Cristiano França, que sobreviveu. Só no último piso do sobrado, que a família ocupava, moravam dez pessoas além dela. Sete deles estão mortos ou desaparecidos.

    Camila conta que estava na casa do pai, em São Paulo, e devia ter voltado para Mairiporã na quinta (10) à noite, dia do desastre. Por uma confusão com o carro que lhe daria carona, não conseguiu vir. Ficou sabendo da tragédia às três da manhã.

    Camila chegava a dividir cama com a filha do casal, Lara Bianca, 12, que ainda está desaparecida. "São como se fosse família para mim," conta ela, que não tem parentesco direto, mas é próxima ao casal há mais de 15 anos.

    "Agora, o que vai acontecer está nas mãos de Deus," diz Camila, que passou a noite de sexta para sábado na igreja da qual é devota. "Eu vou ficar com eles, só que ninguém sabe o que vai fazer. O Cris está sem chão."

    SOBREVOO

    Neste sábado (12), a presidente Dilma Rousseff sobrevoou áreas atingidas pelas cheias. Após ver os estragos, ela anunciou a liberação de recursos para prefeituras. "A partir do reconhecimento do estado de emergência, liberamos um cartão para o prefeito fazer os pagamentos menores, mediante comprovação."

    Entre as cidades visitadas pela petista estava Francisco Morato. Lá, moradores relatam que se sentem inseguros depois do temporal e planejam se mudar.

    Até o momento, foram confirmadas 20 mortes no Estado, a maioria delas em Francisco Morato (oito) e Mairiporã (cinco). Outras 19 pessoas sofreram ferimentos.

    Dilma sobrevoa Grande SP

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