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    Haddad quer sistema para uso do Bilhete Único em táxi e Uber

    GIBA BERGAMIM JR.
    DE SÃO PAULO

    07/05/2016 02h00

    A gestão Fernando Haddad (PT) estuda desenvolver um sistema em que os aplicativos de transporte privado, como Uber, e de táxi (99táxis e o Easy Táxi, por exemplo) possam ter o Bilhete Único como forma de pagamento.

    Seria uma maneira de interligar esses meios de transporte individual com o sistema de transporte público coletivo da cidade. No caso do Uber, só é possível pagar com cartão de crédito. Já os aplicativos de táxi aceitam cartões de crédito e débito ou dinheiro.

    A SPNegócios –empresa responsável por elaborar o modelo de regulamentação que será decretado pelo prefeito– diz que isso já vem sendo analisado. Segundo o diretor da empresa, Ciro Biderman, o bilhete seria viável especialmente para passageiros que usam o próprio carro apenas para chegar ao sistema de transporte público.

    Esse tipo de passageiro poderia usar, por exemplo, o Uber como uma espécie de integração com o ônibus. "Nada impede que o passageiro, no futuro, cadastre o Bilhete Único [no aplicativo] e tenha o desconto [da viagem] nele", disse Biderman.

    Para o presidente da SPNegócios, Rodrigo Pirajá, seria uma maneira de oferecer um meio de transporte barato que se interligue com todos os outros modais. Além de ser usado em ônibus e metrô, o Bilhete Único já é aceito para o aluguel de bicicletas na cidade. No decreto que Haddad deve publicar até o fim de junho, a regulamentação dos aplicativos será feita por meio da venda de créditos on-line.

    A dona do aplicativo compra esses créditos da prefeitura para poder rodar na cidade com seus motoristas, como contrapartida pelo uso do viário urbano. Assim, a gestão teria informações detalhadas sobre as viagens, garantindo um limite de carros nas ruas. Haddad afirmou na quinta-feira (5) que cada crédito pode custar entre R$ 0,10 e R$ 0,14 por km.

    O valor desses créditos, porém, vai variar de acordo com a região da cidade e os horários. A ideia é levar motoristas que trabalham por aplicativo para a periferia, onde a quantidade de táxi e carros do Uber é bem menor.

    "Esse sistema flexível de créditos por km permite que os modais se complementem. A gente sabe que, na periferia, muita gente pega o carro dele só para ir até o transporte público", disse Pirajá, que se reuniu nesta sexta-feira (6) com representantes de aplicativos de táxi e com um futuro concorrente do Uber, o Cabify, que já atua na Espanha e no México. A empresa aguarda a regulamentação para entrar no mercado.

    Segundo Pedro Somma, da 99táxis, a discussão sobre a integração é viável. "Hoje o Bilhete Único já passa no ônibus, já passa na bicicleta. São passos que a gente vai dando devagarinho, mas que no final, um dia você vai poder passar o bilhete em todo seu trajeto num cartão só", disse.

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