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    Acusado de propaganda enganosa, Haddad tirará selo ecológico de ônibus

    PAULO GOMES
    DE SÃO PAULO

    14/07/2016 20h53

    André Vicente - 11.fev.2011/Folhapress
    Ônibus com adesivo que aponta o uso de biodiesel como combustível
    Ônibus com adesivo que aponta o uso de biodiesel como combustível

    A Prefeitura de São Paulo vai remover a identificação de Ecofrota nos ônibus que não utilizam mais o biodiesel e o diesel de cana de açúcar.

    A gestão Haddad acatou nesta quinta-feira (14) a decisão do Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária), após denúncia feita pelo vereador Gilberto Natalini (PV) ao conselho, em abril. No ofício encaminhado ao Conar, Natalini classificou de "propaganda enganosa" a adesivação nos ônibus.

    À Folha, Natalini reiterou a crítica. "Em 2014 o prefeito suspendeu o programa (de utilização de combustíveis renováveis e biodegradáveis), mas manteve os adesivos. Ele está enganando a população", diz o vereador.

    O projeto surgiu na gestão de Gilberto Kassab (2006-2012, hoje no PSD), com a publicação em 2009 da Lei de Mudanças Climáticas, que determinava que até 2018 toda a frota de transporte público da cidade deveria operar apenas com combustíveis não fósseis. A transformação seria gradual e previa a substituição de 10% da frota a cada ano.

    No entanto, o programa foi paralisado em 2014 pelo governo petista devido ao alto custo da transição e à problemas técnicos. O secretário de Transportes de Haddad, Jilmar Tatto, já assumiu ser difícil o cumprimento da meta até 2018. "Hoje não tem produção em escala [de ônibus com combustíveis limpos], o custo é muito alto e quem paga é o poder público", disse o secretário, em abril.

    Além da remoção dos adesivos nos veículos movidos a biodiesel e diesel de cana –ônibus movidos a etanol, elétricos e trólebus podem manter o selo– a recomendação do Conar inclui também a atualização dos dados sobre a Ecofrota no site da prefeitura.

    São 15 mil ônibus em operação na cidade. Aproximadamente 1.200 chegaram a utilizar o biodiesel e outros 400 o diesel de cana. Em nota, a SPTrans disse que vai respeitar a decisão do Conar e determinará a retirada imediata dos adesivos às empresas.

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