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    Marginal Tietê completa 19 meses sem nenhuma morte por atropelamento

    ARTUR RODRIGUES
    RODRIGO RUSSO
    DE SÃO PAULO

    22/12/2016 02h00

    A marginal Tietê não registra mortes por atropelamentos há mais de um ano e meio, de acordo com os dados do mais recente relatório da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) de São Paulo.

    São 19 meses consecutivos sem nenhuma vítima morta nesse tipo de acidente. Os últimos óbitos de pedestres na via foram registrados pela prefeitura em março de 2015.

    Em julho do ano passado, a gestão Fernando Haddad (PT) reduziu os limites de velocidade nas marginais Tietê e Pinheiros –de 70 km/h para 50 km/h na pista local, de 70 km/h para 60 km/h na central e de 90 km/h para 70 km/h na expressa.

    Desde então, em um período de 15 meses até outubro deste ano, três atropelamentos resultaram em morte na marginal Pinheiros –queda de 67% na comparação com os nove acidentes fatais registrados nos 15 meses que antecederam a redução de velocidade adotada por Haddad.

    Na marginal Tietê, de maio de 2014 a julho de 2015, a quantidade de atropelamentos com mortos havia sido ainda maior: 18 no total.

    Atropelamentos -

    Esses números corroboram a tese de especialistas em segurança de trânsito, que citam estudos sobre a chance de morte em um atropelamento ser significativamente menor conforme as velocidades são mais baixas.

    "A cada 10 km/h a mais, há um efeito exponencial de maior risco nos acidentes, a progressão não é linear. Elevar os limites de velocidade aumenta bastante a gravidade potencial de colisões e atropelamentos", afirma Luís Antonio Seraphim, que já foi técnico da CET e hoje é consultor em transportes.

    Nesta semana, a equipe do prefeito eleito João Doria (PSDB) anunciou que a partir do dia 25 de janeiro os limites de velocidade vão aumentar nas marginais, com exceção da faixa da direita da pista local, que continuará a ter a máxima de 50 km/h.

    A medida, que enfrenta críticas inclusive de instituições parceiras da gestão Geraldo Alckmin (PSDB), padrinho político de Doria, visa atender a promessa eleitoral.

    A futura gestão argumenta que as marginais foram projetadas para suportar velocidades maiores e anunciou a implantação do programa Marginal Segura, com medidas de sinalização, orientação e fiscalização para diminuir os riscos de mortes nessas vias, principalmente para pedestres e motociclistas.

    Com vítimas nos veículos -

    TRANSIÇÃO

    Antes que os novos limites de velocidade entrem em vigor, a gestão Doria começará um processo de transição, a partir de 2 de janeiro, que inclui a instalação de painéis eletrônicos e placas, além de gradis e lombofaixas em vias que dão acesso às marginais.

    "Quero muito que aconteça um milagre e que esse aumento de velocidade não impacte a letalidade dos acidentes", afirma Ana Carolina Nunes, integrante da Cidadeapé (Associação pela Mobilidade a Pé em São Paulo).

    Para ela, a longa sequência sem atropelamentos fatais na Tietê não significa que a condição ali não seja precária para os pedestres, mas deixa claro os impactos positivos da redução da velocidade.

    De agosto de 2015 (primeiro mês completo com os limites mais baixos) a outubro deste ano, foram registradas 39 acidentes com mortos nas duas marginais, somando colisões com vítimas nos veículos e atropelamentos. São 38 casos a menos do que nos 15 meses anteriores, uma diminuição de quase 50%.

    MUDANÇAS NAS VELOCIDADES - Em km/h

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