• Cotidiano

    Thursday, 18-Apr-2024 23:17:50 -03

    Queimadura de vias aéreas é o maior risco em vítimas de creche em Minas

    CAROLINA LINHARES
    DE BELO HORIZONTE

    06/10/2017 14h10 - Atualizado às 15h59

    Em visita ao Hospital João 23, em Belo Horizonte, o presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, Luciano Chaves, afirmou que a maior preocupação dos médicos em relação às vítimas de incêndio em creche de Janaúba (MG) é com a queimadura de vias respiratórias.
     
    "As queimaduras, além do comprometimento da superfície corporal, tem a gravidade do comprometimento pulmonar. A inalação da fumaça prejudica muito o prognóstico de saúde das crianças", disse.

    Segundo ele, o comprometimento das vias aéreas tem potencial mais grave.

    Três crianças de 2, 3 e 5 anos, tiveram queimaduras nas vias aéreas e foram transferidas na manhã desta sexta (6) do hospital João 23 para o hospital Odilon Behrens, ambos em BH.

    As crianças respiram com a ajuda de aparelhos e estão em estado grave. Há risco de morte, apesar do quadro de saúde estar estabilizado.

    Chaves informou que o banco de peles da Santa Casa de Porto Alegre tem peles suficientes para 15 crianças e que o material já está bloqueado para ser usado nas vítimas de Janaúba se necessário.

    TRAGÉDIA EM JANAÚBACidade rural onde vigia colocou fogo em crianças fica a 557 km de Belo Horizonte

    A sociedade também ofereceu equipe médica de emergência para reforçar o atendimento no João 23, que é um hospital de referência para o tratamento de queimaduras na América Latina.

    Chaves veio participar de evento em BH e foi ao hospital prestar solidariedade e apoio científico. "O que vimos no CTI é uma cena muito triste, são crianças que estão todas entubadas, é um quadro realmente grave."

    DOAÇÃO

    O hospital João 23 também recebeu nesta manhã uma doação de vinte caixas de curativos de biocelulose para queimaduras.

    Cada caixa contém 12 películas de 16 cm por 21 cm, quantidade que pode atender as dez pessoas internadas atualmente no hospital –oito são crianças.

    Segundo a enfermeira Ludmila Ramalho, a empresa responsável pela fabricação dos curativos, chamados de Nexfill, ofereceu a doação ao hospital, que aceitou prontamente.

    Os curativos são finos como uma folha de seda, são transparentes e de uso único, não é preciso trocá-lo constantemente.

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024