As escolas da polícia fazem um trabalho preventivo para que jovens não sejam "clientes da PM" no futuro, segundo o coronel Júlio César Mota Fernandes, 52, comandante de ensino da corporação em GO.
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Folha - Por que o modelo?
Júlio César Mota Fernandes - Quem tem pedido é a comunidade, pelos resultados. Os primeiros lugares no Enem são nossos. A disciplina cria um ambiente sem perda de tempo. Perde-se tempo quando o aluno conversa em sala.
A militarização é única forma de chegar ao resultado?
O trabalho é também preventivo. O aluno terá valores sedimentados. Ou vira cliente da PM depois. O percentual de ex-alunos no crime é quase zero.
É uma medida temporária?
Temos de criar um modelo próprio. Alguns educadores têm uma visão utópica de importar o modelo francês, mas as realidades são diferentes.
Não é rígido demais?
Entre numa loja do Boticário. As funcionárias usam uniforme e cabelo preso. É tudo padronizado. O Brasil anda num deficit tão grande de respeito e moral que qualquer um que busque essa prática é desvio de padrão.
Há espaço para questionamentos nessa hierarquia?
A ideia de que há obediência cega ao militar é ridícula. É cobrar conta da ditadura que não é minha. Quais resultados os críticos apresentam? Nenhum.