Em 1553, chegava ao Brasil aquele que viria a se tornar o primeiro professor no país: o padre José de Anchieta, que dava aulas para índios na época da Colônia.
Sua missão era ensinar aos índios sobre o cristianismo. No entanto, ele também aprendeu o guarani, língua falada na época e que fazia parte da cultura indígena.
Para comemorar o Dia do Professor, celebrado em 15 de outubro, leia reportagem publicada na "Folhinha" em junho de 1971 e conheça mais sobre a vida de Anchieta.
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6.jun.71/Folhapress | ||
Capa da 'Folhinha' em 6 de junho de 1971 |
Padra Anchieta, o primeiro mestre-escola do Brasil
O primeiro mestre-escola do Brasil foi o padre José de Anchieta, da Companhia de Jesus, ordem religiosa que foi fundada por Inácio de Loyola, com finalidades de apostolado religioso, quer dizer, converter os gentios e educá-los para o cristianismo.
José de Anchieta chegou ao Brasil em 1553, depois de ter estudado na Universidade de Coimbra e ter feito o seu aprendizado religioso. Muito devoto da Virgem Maria, resolveu dedicar-se a ela. Tudo o que fez na vida foi em função do seu amor por ela.
Naquela época, nos campos de Piratininga, que é hoje São Paulo, o padre Manuel da Nóbrega, também jesuíta, fundou uma escola para educar os índios. Para ajudá-lo nessa missão, é o que Anchieta veio para o Brasil.
Muito jovem, mas dedicado, começou a lecionar aos índios, mamelucos (que são os filhos de brancos com índios), assim como aos brancos também. Numa cabana de barro, coberta de palha, o primeiro mestre-escola do Brasil tinha uma classe de leitura.
Além de professor, era médico, enfermeiro e advogado dos índios, isto é, quando os brancos pretendiam disfarçadamente escravizá-los, Anchieta os defendia junto às autoridades. Uma vez, depois de uma briga entre índios e brancos, enquanto se negociava a paz, Anchieta ficou como refém dos índios, em Iperoig. Durante esse tempo em que ele foi uma espécie de prisioneiro, escreveu nas areias da praia versos a Virgem Maria, que o tornaram um dos mais importantes poetas do Brasil.
Aprendeu o guarani, língua dos índios, para melhorar compreender sua maneira de viver. Escreveu a primeira gramática dessa língua. Morreu aos 64 anos de idade, ele, que viera com apenas 20 anos para o Brasil, cercado dos silvícolas, como sempre viveu. Foi o Apostolo do Brasil. E o seu primeiro mestre-escola.