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    SP irá dobrar número de profissionais para reduzir agressões em escolas

    ANGELA PINHO
    DE SÃO PAULO

    25/09/2017 12h00

    Bruno Santos/Folhapress
    MOGI DAS CRUZES, SP, BRASIL, 13-09-2017: Professora ha 15 anos, Fabia Morente (41) teve uma lixeira atirada contra ela, que acertou seu ombro e cabeca. (Foto: Bruno Santos/ Folhapress) *** FSP-COTIDIANO *** EXCLUSIVO FOLHA***
    A professora Fabia Morente, 41, teve uma lixeira atirada por um alunos contra ela

    A Secretaria de Educação de São Paulo irá dobrar o número de mediadores nas escolas do Estado. Os profissionais são responsáveis por prevenir e intermediar conflitos nas unidades de ensino. Segundo o secretário José Renato Nalini, a ampliação foi uma demanda de professores e estudantes.

    O número passará de 3.500 para 6.795. Serão capacitados para a função, além de professores, todos os vice-diretores. Um grupo de 1.795 escolas, identificadas como mais vulneráveis, terá dois mediadores.

    As unidades nesse conjunto foram escolhidas com base no cruzamento de dois dados: o Índice Paulista de Vulnerabilidade Social, medido pela Fundação Seade com dados de renda, moradia e escolaridade, por exemplo; e o Registro de Ocorrência Escolar, um sistema da secretaria da Educação que armazena os casos informados pelos colégios.

    O colégio que tiver mais de uma ocorrência por três anos seguidos e que esteja em uma área de vulnerabilidade do Estado entrará na lista.

    Ocorrências em escolas

    OCORRÊNCIAS

    As ocorrências mais frequentes nas escolas estaduais paulistas são episódios de indisciplina recorrente, com 5.097 registros em 2016, seguida por agressão física (1.923) e agressão verbal (1.021), mostram os dados da secretaria. Foram notificados ainda 866 casos de vandalismo ou depredação, 175 de bullying ou humilhação sistemática, 128 de uso de drogas ilícitas e 82 de discriminação.

    De acordo com a secretaria, houve uma queda de 70% no total de ocorrências nos últimos três anos, decréscimo atribuído à atuação dos mediadores. Ataques entre alunos e profissionais da rede, porém, continuam a ocorrer.

    Como a Folha revelou na semana passada, São Paulo teve, no primeiro semestre deste ano, uma média de dois professores agredidos a cada dia letivo. O número inclui creches, escolas e universidades, tanto da rede particular como da pública, incluindo a estadual.

    A transferência da responsabilidade de mediar conflitos para parte dos vice-diretores foi adotada no início deste ano pelo governo Geraldo Alckmin (PSDB). A medida foi criticada pela Apeoesp, sindicato de professores, para quem os profissionais não tinham a mesma capacitação que os demais mediadores e já tinham outras tarefas a cumprir.

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