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    Calistenia, que une exercícios na barra e flexões, ganha versão radical e se populariza no Brasil

    GIULIANA MIRANDA
    DE SÃO PAULO

    15/07/2014 01h50

    A busca por uma rotina de exercícios intensa e fora do ambiente das academias tem levado cada vez mais pessoas a praticar a calistenia.

    O nome pode ser estranho, mas a modalidade é uma "veterana". Com seus fundamentos desenvolvidos há mais de um século, a calistenia combina movimentos como abdominais, flexões de braço e exercícios na barra.

    O exercício, porém, ressurgiu com força, embalado pelo compartilhamento de vídeos em redes sociais e pelo bom momento das chamadas atividades físicas funcionais –que usam apenas o peso do próprio corpo.

    Nessa versão do século 21, os exercícios são mais radicais, muitas vezes realizados em alta velocidade, ao som de música eletrônica, e devidamente registrados em fotos e vídeos nas redes sociais.

    Dezenas de jovens que fazem acrobacias e exercícios de força em barras de ferro se reúnem semanalmente no parque Ibirapuera, em São Paulo. No Rio, os encontros acontecem em vários pontos da orla e chegam a atrair aplausos de curiosos que param para assistir aos treinos.

    "A calistenia está sendo redescoberta agora. É muito comum no mundo do fitness essa remodelagem dos métodos que dão certo. E no caso da calistenia, ela tem a vantagem de trabalhar o corpo todo e de poder ser feita em qualquer lugar", diz Marcelo Ferreira Miranda, conselheiro do Confef (Conselho Federal de Educação Física).

    "A calistenia também é base de outros métodos que estão na moda, como o cross fit", diz ele, que recomenda o acompanhamento de um profissional de educação física para orientar os movimentos.

    NO PARQUE
    O estudante de educação física Luiz Otavio Mesquita, 21, descobriu a calistenia na internet no fim do ano passado e, desde então, dedica-se intensamente aos treinos.

    Editoria de Arte/Folhapress

    Ele criou um site para divulgar a prática (www.calisteniabrasil.com.br ) e também uma página no Facebook, onde publica vídeos e tutoriais, dá dicas de treinos e promove aulas gratuitas todos os domingos às 16h, no parque Ibirapuera.

    Na semana passada, mais de 70 pessoas foram à aula, na qual são ensinados movimentos básicos para quem está começando no esporte, sempre com acompanhamento de profissionais.

    "A gente treina para ter uma vida saudável. O corpo bonito é consequência", diz Luiz Otávio, que já executa movimentos avançados, como equilibrar-se na barra reta, com o corpo paralelo ao solo, usando apenas dois dedos de cada mão.

    O treino reúne de adolescentes a idosos, mas a maioria tem entre 18 e 24 anos.

    Praticante da calistenia no Rio, o estudante de engenharia João Paulo Pilotto, 22, usa os vídeos na internet para se guiar nos exercícios.

    "Sinto uma diferença absurda em relação à força, percebo que os exercícios trabalham bastante isso ", diz ele, que substituiu a musculação pelo treino funcional. "Posso me exercitar onde eu estiver, em casa e quando eu viajo."

    Diretor da SBMEE (Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte), Jomar Souza diz que a calistenia traz muitos benefícios, mas lembra que o ideal é fazer uma avaliação médica antes de começar os treinos.

    "O maior risco de lesão são nos tendões, nos movimentos que combinam saltos, e de problemas em músculos e articulações, com os exercícios feitos na barra."

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