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    Alberto Dualib sai, mas já fala em voltar ao Corinthians

    EDUARDO ARRUDA
    TONI ASSIS
    da Folha de S.Paulo

    26/09/2008 08h05

    Alberto Dualib, 88, entregou carta ontem se desligando do quadro de associados do Corinthians. O documento, recebido pelo presidente do Conselho Deliberativo, Carlos Senger, foi uma maneira de o presidente mais vitorioso da história do clube sair sem ser expulso.

    Na próxima terça-feira, ele e o ex-vice-presidente Nesi Curi devem ter seus títulos de sócios cassados pelo conselho.

    Depois de 61 anos como associado, Dualib, que comandou o clube do Parque São Jorge por 14 anos (1993 a 2007), disse à reportagem que tomou a atitude com "dor no coração", mas que espera retornar em breve.

    "A esperança é a última que morre. Eu espero voltar. Sei que o tempo é o senhor da razão e que sou inocente de tudo o que me acusam", afirmou ele, que declarou ter tomado a decisão sem consultar ninguém.

    "Tomei a decisão depois que vi o chamamento da torcida para que fosse ao clube na terça. Estou fora do Corinthians faz um ano. Apanhar na minha idade fica ruim", declarou.

    Dualib caiu em desgraça ao virar réu no processo que investiga a parceria Corinthians/MSI por lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. Na semana passada, o Supremo Tribunal Federal anulou o processo.

    Os ministros da 2ª Turma do STF entenderam que o juiz Fausto Martin de Sanctis não permitiu que os advogados dos co-réus fizessem perguntas aos outros réus que também estavam sendo investigados.

    "Por isso eu pedi o desligamento. A Justiça não tem nada contra mim e não é justo que sofra esse linchamento moral no clube", declarou Dualib.

    O ex-presidente afirmou que a parceria era necessária ao Corinthians e que essa é uma tendência no futebol atual.

    "Até grandes bancos estão fazendo isso para não quebrar. Os clubes da Inglaterra têm parceiros. Tudo isso é parceria e só a que eu fiz é que não era transparente", disse Dualib.

    "Toda parceria é investigada. Afinal, ninguém coloca dinheiro na mão de malandro", continuou. "O dinheiro vinha para a MSI daqui, passava pelo Banco Central, e a MSI pagava as contas. O que o Corinthians tinha a ver com isso?", questionou.

    Ele reclamou dos grampos utilizados na operação da Polícia Federal durante a investigação da parceria. "Fui investigado por dois anos. Como disse o ministro Gilmar Mendes [do STF], uma pessoa que é grampeada por muito tempo não é nada. Eu virei um nada."

    Dualib atribui sua derrocada à atual administração do clube. Segundo ele, o presidente Andres Sanchez se aliou ao movimento de torcedores "Fora Dualib" para articular sua expulsão do Corinthians.

    "Infelizmente, essa administração que está lá não reconheceu meu valor e inventou esse grupo que quer me tirar."

    O ex-presidente declarou que errou ao não ter saído em 2003, antes de iniciar seu último mandato. "Mas ninguém queria que eu saísse. Todos queriam o Dualib. Afinal, o Dualib era mágico", concluiu.

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