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    Bauru tenta salvar parte da história de Pelé na cidade

    FERNANDO ITOKAZU
    Enviado especial a Bauru

    11/05/2010 05h00

    Pelé nasceu em Três Corações (MG), mas seu berço no futebol foi Bauru (SP). E a cidade se orgulha disso e tenta resgatar essa ligação.

    O primeiro clube de Pelé já não existe mais. Em 2006, o BAC (Bauru Atlético Clube) foi vendido, demolido e deu lugar a um supermercado.

    A casa em que viveu a família do jogador (rua Sete de Setembro, quadra 4, casa 16, no centro da cidade) está abandonada, com várias partes praticamente em ruínas.

    Para evitar que aconteça uma nova demolição ou que o imóvel se deteriore ainda mais, o Codepac (Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Bauru) aprovou, no fim do mês passado, o processo de tombamento da casa.

    "É importante que esse bem tenha um uso e possamos relacioná-lo com a história para as futuras gerações", afirmou o presidente do Codepac, Sérgio Losnak.

    A Secretaria de Cultura de Bauru tem planos de construir um memorial no local, dedicado não apenas a Pelé mas ao esporte bauruense.

    "Imagine o local onde o Bobby Charlton [lenda do futebol inglês] jogou, deve estar tudo preservado", disse o secretário Pedro Romualdo. "Temos que resgatar isso. Digo que sou de Bauru e sempre acrescento que foi aqui que o Pelé aprendeu a jogar."

    Como o abandono da casa atraía invasores, o português Manuel Pereira, o Neco, decidiu colocar uma corrente e um cadeado no portão.

    "Tinha muito andarilho que entrava aí para se drogar", afirma Neco, que mora e tem uma oficina de funilaria a cerca de 50 metros do local.

    Ele é dono e aluga três casas vizinhas ao imóvel da família Nascimento. Interessado no terreno, levantou a documentação dele. "Aqui tem uns 20 metros de frente e uns 35 m, 40 m de fundo", disse ele, que afirma ter falado com uma irmã de Pelé. "Os impostos estão todos pagos, mas não tem escritura. Aí fica difícil."

    Não há mais portas na casa, usada como abrigo por gatos. Paredes estão pichadas, e algumas internas têm "pensamentos" e desenhos assinados por um tal de "Kimba".

    Um dos quartos teve o teto destruído pelo fogo e está tomado pelo mato, que invadiu também o "puxadinho" nos fundos. Na sala, há um sofá puído e uma bíblia empoeirada entre o lixo no chão.

    No escritório de Pelé, ninguém comentou o assunto.

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