Após o sucesso da cirurgia a que foi submetido hoje no pé esquerdo, na Suíça, o ginasta Diego Hypólito revelou que os problemas de agora foram muito graves, mas não superam o sofrimento que ele enfrentou quando teve a doença de Scheuermann.
Também chamada de cifose juvenil, a doença caracteriza-se pelo aumento da curvatura da coluna dorsal e acometeu o ginasta paulista quando ele tinha 14 anos.
"Acabei de sair de uma operação muito complicada, com enxerto, anestesia geral, mas lembro que aquela doença foi a que mais me atrapalhou na ginástica, ao lado da dengue [em 2008]", afirmou o ginasta de 24 anos.
Segundo o médico particular de Diego, Robson de Bem, o atleta conseguiu superar a doença de Scheuermann com muita fisioterapia.
"Ele sentia fortes dores na coluna. Ficou afastado por quatro meses realizando fisioterapia para controle da dor e para melhoria da postura. Ficou assintomático e voltou às competições. E nunca mais sentiu dor na região da coluna. A preocupação foi que ele tinha sido aconselhado a abandonar a ginástica", explicou De Bem, que acompanha Diego na Suíça.
Ele explica que a fisioterapia também se fará presente na vida do ginasta nos próximos meses.
Após ser operado hoje pelo especialista Beat Hintermann e ter reconstruídos os ligamentos internos e externos do tornozelo, com enxerto dos tendões das pernas direita e esquerda, além de ter retirado fragmentos ósseos e de cartilagem, Diego recebeu o prognóstico de que poderá voltar à ativa em três meses.
"O médico [Beat] me disse que não sabia como eu tinha conseguido treinar com o pé daquele jeito. Ele me falou que o pé estava muito judiado, mas, graças a Deus, não precisou mexer na estrutura óssea, já que só retirou o que estava solto mesmo", afirmou Diego, que agora soma quatro cirurgias na carreira.
"Os enxertos [feitos com os músculos plantar delgado] alinharam novamente o tornozelo dele", explicou De Bem, que acompanhou a cirurgia, junto com o médico José Carlos Cohen.
Ao voltar ao Brasil, na próxima quarta-feira, Diego Hypólito terá que realizar, no começo, de duas a três horas diárias de fisioterapia. "Depois, com a evolução natural, serão cinco horas de fisioterapia divididas em dois períodos, manhã e tarde", afirmou De Bem.
"Creio que, entre quatro e seis meses, posso voltar a competir. O que me deixa mais animado para buscar a vaga na Olimpíada no ano que vem", disse Diego, que antes da cirurgia sofreu uma crise de asma.