Marílson Gomes dos Santos, 33, provou que, ao menos na década que se encerrou nesta sexta-feira, foi o maior nome da São Silvestre.
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Eduardo Anizelli/Folhapress |
Marílson Gomes do Santos cruza linha de chegada da corrida de São Silvestre, nesta sexta, em São Paulo |
O atleta brasiliense se tornou o primeiro brasileiro a se consagrar tricampeão da fase internacional da corrida, iniciada em 1945.
Marílson, que não corria a prova havia quatro anos, venceu com 44min04s, repetindo seus feitos de 2003 e 2005. Igualou-se a Joaquim Gonçalves da Silva, que, entre 1942 e 1944, venceu três vezes, mas na fase em que só brasileiros competiam.
O vencedor também encerrou a recente hegemonia queniana e um incômodo jejum. Desde 2006, com Franck Caldeira, o Brasil não tinha atleta no topo do pódio. De 2007 a 2009, o Quênia foi absoluto em São Paulo.
"Achei que a prova fosse ser definida só perto do final. Meu filho está chegando e já traz sorte", disse o tricampeão. A mulher de Marílson, Juliana, está grávida. Miguel, o primeiro filho do casal, deve nascer em fevereiro.
Depois de se ausentar da São Silvestre entre 2006 e 2009, período em que venceu duas vezes a Maratona de Nova York (2006 e 2008), Marílson não teve dificuldade em conquistar o tri.
Apesar de dizer que o favorito era o queniano James Kwambai, vencedor da São Silvestre em 2008 e 2009, Marílson provou que o africano não era páreo para ele.
Tanto que, pouco antes do quilômetro sete, Marílson atingiu a liderança e abriu vantagem sobre o primeiro pelotão. Depois, não teve a ponta ameaçada até o fim.
Pela vitória, Marílson ganhou R$ 28 mil. Com 45min16s, Kwambai chegou em terceiro. À sua frente ficou o também queniano Barnabas Kosgei (44min50s).
"Não lembrava como a [subida da] Brigadeiro era difícil. Senti minha panturrilha. Só quando cheguei próximo da Paulista é que eu vi que ia ganhar", disse ele.
Diferentemente dos últimos anos, quando o calor ou a chuva, às vezes combinados, foram alvo de temor dos principais corredores, a temperatura ontem era amena. Quando a elite feminina largou, às 16h34, e os homens, às 16h51, os termômetros da av. Paulista marcavam 24ºC.
Mas, ao contrário da queniana Alice Timbilili, que quebrou o recorde com 50min19s, Marílson esteve longe da melhor marca. Em 1995, o pentacampeão Paul Tergat atingiu 43min12s.
O tempo do brasileiro ontem foi pior do que o da primeira vitória dele na São Silvestre. Em 2003, completou a prova em 43min49s.
"A performance depende do objetivo para a temporada. O meu não era a São Silvestre, assim como o da maioria dos competidores