As reivindicações políticas no Bahrein, que incluem desde a queda do atual governo à instauração de uma monarquia constitucional, afetaram também os jogadores brasileiros que vivem naquele país. Uma nova marcha com milhares de pessoas foi realizada nesta sexta-feira na capital Manama.
Fernando Santos - 30.nov.2003/Folhapress |
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O meia Rico, no São Paulo, em 2003 |
Radicados na Ásia, os atletas que saíram do Brasil estão receosos com a violência dos manifestantes e ficaram até sem o futebol --o Campeonato Bareinita está paralisado há pelo menos 20 dias devido às mortes de familiares de muitos jogadores que disputam a liga.
No último 21 de fevereiro, o GP do Bahrein de F-1 foi cancelado justamente por conta dos conflitos no país.
O atacante Rico, que jogou no São Paulo depois de fazer sucesso com a camisa da Portuguesa Santista em 2003, chegou a sofrer ameaças de morte dos xiitas --religiosos que estão entre os principais protestantes.
"Logo no início das manifestações, jogava em um time que era sustentado pelo primeiro ministro Sheikh Khalifa, o qual é um dos alvos dos protestos. Um dia, ia a um shopping quando fui parado por manifestantes que me reconheceram como 'jogador do time do governo'. No entanto, falei que estava do lado deles e que apoiava o movimento. Só assim fui liberado, senão eles iam me matar ali mesmo", lembrou.
Agora, Rico atua pelo Al-Riffa, da família do rei do Bahrein, Hamad Al Khalifa, outro foco das manifestações. No entanto, o atacante disse acreditar que as revoltas cessarão em pouco tempo e acrescentou que a população daquele país tem grande respeito pelos brasileiros.
Ayrton Vignolia - 8.jul.2003/Folhapress | ||
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O atacante Rico treina pelo São Paulo, em 2003; jogador está há 5 anos no Bahrein |
"Durante os conflitos, a polícia até recomendou que os estrangeiros ficassem em casa. Mas com os brasileiros em geral não há problemas. Estou aqui há cinco anos e estou tirando minha cidadania para jogar pela seleção do Bahrein", completou.
SEM SAIR DE CASA
Apesar de confirmar que os brasileiros são bem quistos no Bahrein, o zagueiro Tuca, ex-Sport e Náutico e que joga atualmente pelo Al Hidd, também teme pelo seu futuro naquele país.
Rodrigo Capote - 07.jan.2011/Folhapress |
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Cabralzinho, em visita ao Santos no começo do ano |
"Estou evitando sair de casa. Vivo com minha família e estou preocupado. Muitas pessoas aqui estão com medo também", apontou o defensor, que está lá desde 2007 e pretende se mudar para o Qatar no meio deste ano.
EGITO
De volta do Egito recentemente, o técnico Cabralzinho, que tem passagem pelo Santos, não presenciou os conflitos que também aconteceram no seu antigo destino. Porém, ele explica que a religião interfere muito no futebol dos países daquela região.
"Os intervalos das partidas coincidiam com o horário da última reza deles. Então, tínhamos de aguardar o retorno dos atletas para dar as instruções em poucos minutos. A alimentação deles também não é disciplinada. Então procurava dar um período de treino apenas. E sempre à tarde, já que o costume lá é de dormir no meio da madrugada muitas vezes", afirmou.
Hamad I Mohammed/Reuters | ||
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Manifestantes antigoverno protestam em uma das principais avenidas da capital Manama |
James Lawler Duggan-04.mar.2011/Reuters | ||
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Com a camisa do Barcelona, manifestante xiita participa de marcha contra o governo, em Manama |