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    Na despedida, Palermo ganha a trave da Bombonera de presente

    DE SÃO PAULO

    13/06/2011 09h35

    A emocionante despedida do atacante argentino Martín Palermo, 37, da Bombonera, na noite deste domingo, não teve gol do artilheiro do Boca Juniors.

    No entanto, o maior artilheiro da história do clube mais popular da Argentina (220 gols) ganhou um presente inusitado em seu último jogo em um dos estádios mais conhecidos do mundo: a trave.

    Após o empate em 1 a 1 com o Banfield, com Maradona no estádio, Palermo chorou, fez discurso e recebeu a trave do gol que fica justamente à frente do local onde os mais apaixonados torcedores do Boca passam o jogo todo cantando e apoiando a equipe.

    Uma empilhadeira retirou a baliza cravada no gramado e o mestre de cerimônias a ofereceu a Palermo, dizendo que era um presente que nunca alguém havia ganho e que o artilheiro poderia levá-lo para casa agora. Palermo agradeceu.

    "Muito obrigado. Vou aproveitar de alguma maneira. Em casa não entra... Mas esta trave é especial. Vivi de gols, e cada momento em que chutava para a rede era um sonho meu. Foi o que nos uniu durante muitos anos. Que bom. Vou ter uma recordação muito especial deste campo que nunca vou esquecer", disse, com os olhos mareados.

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    O último jogo de Palermo com a camisa do Boca vai ser contra o Gimnasia, em La Plata. A equipe boquense está na sexta posição e tenta conseguir uma vaga na Copa Sul-Americana ainda. O Vélez Sarsfield foi campeão do Clausura na noite deste domingo.

    "Nem em meus melhores sonhos poderia imaginar que as pessoas me dariam tanto carinho. Me vou mais que feliz. Chegou o dia, lamentavelmente. Não queria que chegasse, mas chegou. A decisão já estava tomada", concluiu o artilheiro, vestido com a camisa 9 e uma capa de 'Super Martín'.

    Leo La Valle/Efe
    Torcedores do Boca Juniors homanageiam Palermo em sua despedida de 'La Bombonera
    Torcedores do Boca Juniors homenageiam Palermo em sua despedida de 'La Bombonera'

    ISTO É PALERMO

    Palermo começou no Estudiantes, jogou pela seleção argentina e é o quinto jogador que mais vezes marcou na primeira divisão do país, com 227 gols (pode ser o quarto se fizer dois mais dois).

    Sua identificação é com o Boca, time pelo qual tem duas passagens --no total, são 11 anos no clube da capital.

    Venceu seis Campeonatos Argentinos, duas Libertadores e um Mundial, em que teve participação decisiva ao fazer dois gols no Real Madrid. Longe da Bombonera, colecionou fracassos. Teve passagens por times da Espanha, como Villarreal e Bétis, todas muito discretas.

    Seu momento mais lembrado por rivais é uma lambança pela Argentina na Copa América de 1999. Contra a Colômbia, Palermo bateu e perdeu três pênaltis, e os argentinos foram derrotados por 3 a 0.

    O atacante só retornou ao time nacional dez anos depois e teve papel de herói ao marcar um gol contra o Peru, na penúltima rodada das eliminatórias, que evitou que a Argentina ficasse fora da Copa do Mundo de 2010.

    Seu faro artilheiro fez com que recebesse pedidos para que adiasse a aposentadoria por pelo menos seis meses. Julio Falcioni, técnico do Boca, insistiu para que Palermo jogasse até o fim do ano, mas não foi atendido.

    A negativa só caiu bem aos ouvidos do atacante Lucas Viatri, reserva do camisa 9. "Se ele ficar, vou à merda", disse Viatri, temeroso em ser mantido no banco caso Palermo não confirmasse sua despedida do futebol.

    O quase aposentado jogador, porém, levou a frase na brincadeira e elogiou seu sucessor no ataque do Boca Juniors. "Ele tem que ser o 9. Deixo a Lucas minha confiança. Ele precisa ficar tranquilo, pois já tem uma vaga assegurada e vai ocupar meu lugar", afirmou Palermo.

    Leo La Valle/Efe
    Palermo veste capa de 'Super Palermo' em homenagem feita pelo Boca Juniors
    Palermo veste capa de 'Super Palermo' em homenagem feita pelo Boca Juniors

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