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    1° técnico da era Teixeira, Lazaroni só critica crise com patrocinador na Copa-90

    RODOLFO STIPP MARTINO
    DE SÃO PAULO

    12/03/2012 16h16

    O primeiro técnico da seleção na gestão de Ricardo Teixeira na CBF, Sebastião Lazaroni, afirmou que é positivo o balanço dos 23 anos do dirigente à frente da entidade. No entanto, fez uma crítica importante: o cartola não conseguiu fechar um acordo com os jogadores referente ao sistema de premiação para a Copa-1990.

    "Atrapalhou e muito, sim. Desfocou. Não poderia deixar nada pendente que levasse a desfocar do objetivo principal que era ganhar o Mundial. Não poderíamos entrar na Copa naquela situação", disse Lazaroni.

    Luis Carlos David - 2.out.89/Folhapress
    Sebastião Lazaroni conversa com Ricardo Teixeira em 1989; clique na foto e veja galeria
    Sebastião Lazaroni conversa com Ricardo Teixeira em 1989; clique na foto e veja galeria

    Segundo o técnico, esse episódio serviu de lição para a CBF. "Hoje a seleção não entra mais em uma Copa sem esse acerto [no sistema de premiação aos atletas]. A CBF também está bem mais rica", afirmou.

    Em 1990, a Pepsi pagou US$ 1 milhão para patrocinar a seleção na Copa. Deste total, 20% seriam divididos somente entre os jogadores. Sete deles, porém, se recusaram a ratear com a comissão técnica, alegando que Lazaroni tinha contrato particular e não rachava com ninguém.

    Divulgação
    Lazaroni, que foi garoto-propaganda da Pepsi; crise fez os jogadores se negaram a posar com marca em suas camisetas
    Lazaroni, que foi garoto-propaganda da Pepsi; crise fez os jogadores se negaram a posar com marca em suas camisetas

    BOAS RELAÇÕES

    Lazaroni contou que manteve uma relação boa com Ricardo Teixeira na época em que estavam na seleção.

    "Não tinha um contato direto nas situações corriqueiras do dia a dia, mas ele me dava apoio. Não era, não, um presidente ausente", declarou.

    O técnico lamentou o fato de Ricardo Teixeira sofrer de diverticulite (inflamação na parede do cólon, ligado ao intestino grosso) e deixar o cargo na CBF.

    "Se você somar tudo, ele foi vitorioso como presidente. Conquistou os títulos [mundiais] de 1994 e 2002", disse. "Se hoje vamos sediar a Copa do Mundo, é que houve o trabalho dele também. Não pode esquecer. É uma coisa importante e foi trabalho dele à frente da CBF."

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