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    Gastos com a Copa do Mundo de 2014 já atingem R$ 26,5 milhões

    BÁRBARA MACRI
    DE SÃO PAULO
    BERNARDO ITRI
    DO PAINEL FC

    06/02/2013 05h30

    O custo para a organização da Copa de 2014 já atinge R$ 26,5 bilhões. A cifra é R$ 2,7 bilhões maior que o previsto no primeiro balanço orçamentário da União, de janeiro de 2011, e vai aumentar.

    Para o governo federal, essa conta ainda não está fechada. Questionado pela Folha, o Ministério do Esporte informou que a previsão é que os investimentos para o Mundial alcancem R$ 33 bilhões.

    Considerado o valor atual --R$ 26,5 bilhões--, o país vai custear 85,5% das obras relacionadas ao evento. O dinheiro vem dos governos federal, estaduais e municipais.

    O número é baseado na última versão da matriz de responsabilidade, consolidada em dezembro de 2012.

    O documento cita os gastos com obras de mobilidade urbana, estádios, portos, aeroportos, telecomunicações, segurança e turismo relacionados ao Mundial. Além disso, aponta os responsáveis por arcar com os custos.

    A cifra foi atualizada com o aumento de preço do Maracanã e com os valores das instalações temporárias no entorno das arenas da Copa das Confederações e do Mundial. Para atender os dois torneios, essas estruturas custarão R$ 900 milhões às sedes.

    De todo o dinheiro que será desembolsado para realizar a Copa do Mundo, apenas R$ 3,8 bilhões serão bancados pela iniciativa privada.

    Outros R$ 14,9 bilhões serão financiados pelo governo federal por meio de empréstimos ou investimento direto nas obras. Os R$ 7,7 bilhões restantes sairão dos Estados e das cidades-sedes.

    A maior parte dos investimentos não governamentais será feita em aeroportos --R$ 3,64 bilhões serão aportados em Guarulhos, Campinas, Natal e Brasília.

    À exceção de Natal, esses terminais serão operados por concessionárias. Após as obras, os investidores vão explorá-los comercialmente.

    Na construção e reforma de estádios, a disparidade é ainda maior. O investimento direto da iniciativa privada é ínfimo.

    Em 2008, ano seguinte ao anúncio de que o Brasil sediaria a Copa-2014, o então ministro do Esporte, Orlando Silva Jr., declarou à Folha que não seria gasto "nenhum centavo de dinheiro público" com estádios do Mundial.

    Questionado sobre os gastos governamentais, o Ministério do Esporte argumenta que a Copa é "uma grande oportunidade para o governo acelerar obras de infraestrutura e realizar intervenções importantes à população".

    A pasta afirma ainda que gastos estruturais e com serviços não podem ser considerados "custo específico de organização do evento".

    O COL (Comitê Organizador Local) não havia respondido aos questionamentos da reportagem até a conclusão desta edição.

    Alex Argozino/Editoria de Arte/Folhapress

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