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    Livro busca derrubar os mitos sobre Friedenreich

    DE SÃO PAULO

    27/04/2013 03h30

    Arthur Friedenreich (1892- 1969) não passou perto dos mil gols na carreira nem era filho de comerciante alemão com uma lavadeira negra.

    É para derrubar lendas e mitos envoltos em torno do primeiro e mais mítico dos craques brasileiros que o jornalista Luiz Carlos Duarte, editor-geral do "Agora" (jornal editado pelo Grupo Folha), lança "Friedenreich - A saga de um craque nos primeiros tempos do futebol brasileiro."

    O livro conta ano a ano a trajetória de "El Tigre", o craque dos tempos em que o futebol brasileiro ainda era amador e herói da primeira conquista relevante da seleção, o Sul-Americano de 1919.

    Divulgação
    Livro "Friedenreich - A saga de um craque nos primeiros tempos do futebol brasileiro", de Luiz Carlos Duarte
    Livro "Friedenreich - A saga de um craque nos primeiros tempos do futebol brasileiro", de Luiz Carlos Duarte

    "A maior importância dele e de sua geração foi criar um estilo brasileiro de jogar futebol. A minha ideia era essa, mostrar o papel histórico que ele teve", afirma Duarte.

    Mas, para encontrar a real relevância de Friedenreich, era preciso afastar as névoas que costumam encobri-lo.

    "Eu nem ia dar atenção à lista dos gols. Queria deixar essa polêmica em segundo plano por achar que ela ofuscou sua importância. Fiz como dever de ofício", diz.

    O levantamento em acervos históricos feito por Duarte chegou ao número de 595 gols em 605 jogos em 26 anos. Muito menos que a indefinição entre 1.239 e 1.329 tentos que circula pelo mundo desde os anos 1960 e que chegou até a ser oficializada (e depois) derrubada pela Fifa.

    A pesquisa mostrou que Friedenreich era neto de um manifestante alemão que esteve na Primavera dos Povos (série de revoluções contra regimes autocráticos que ocorreu na Europa em 1848) e que, depois, fugiu para o Brasil e foi um dos fundadores do Blumenau, em Santa Catarina.

    Seu pai, Oscar, nasceu em Santa Catarina e trabalhou como funcionário público na capital paulista. E a mãe pode até ter sido lavadeira em algum momento da vida, mas sua profissão era professora da rede pública. "Era uma mulata clara, que foi provavelmente agregada da família Friedenreich", afirma.

    BIOGRAFIA
    "Friedenreich - A saga de um craque nos primeiros tempos do futebol brasileiro"
    Luiz Carlos Duarte
    Editora Casa Maior Editorial
    Quanto R$ 30

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