Muitos não viram Pelé jogar, mas imagens pelo Santos ou pela seleção confirmam sua genialidade.
Com Leônidas da Silva, impossível. O Diamante Negro reinou absoluto na primeira metade do século 20, período em que a televisão nem sequer existia. Só raríssimos segundos de imagens suas em movimento podem ser vistos na Copa de 1938, na França.
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Então, como responder quem foi melhor?
O depoimento de um dos mais respeitados jornalistas esportivos do país, Luiz Mendes, que viu Leônidas jogar, tem valor definitivo: "Leônidas não foi melhor que Pelé. Pior, ele não foi".
Com essa definição, passei a definir Leônidas como o "primeiro Pelé" brasileiro. Ou seja, nem melhor, nem pior. Cada qual teve o seu reinado.
No prefácio do meu livro "Diamante Negro", o escritor e jornalista José Roberto Torero reforçou a tese. "Leônidas foi um Deus negro e pagão que andou por essas terras fazendo seus milagres".
Torero e eu ficamos intrigados com um fato: como ser considerado "rei", como um Pelé, sem ninguém tê-lo visto jogar? Seria, então, o Diamante Negro, apenas um "fenômeno" do marketing em seus primórdios?
Não. Leônidas sabia exatamente o tamanho do seu valor. E um dia enterrou qualquer polêmica. "A diferença entre Pelé e eu? Fácil. Eu fui craque. E ele é gênio."
ANDRÉ RIBEIRO, 51, é jornalista e autor de "Diamante Negro" (ed. Cia. dos Livros), biografia de Leônidas da Silva
Editoria de arte/Folhapress | ||
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