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    Por fisioterapeuta emprestado, São Paulo cobra quase R$ 2 mi da CBF

    MARCELO SOARES
    EDITOR DE AUDIÊNCIA E DADOS
    CAMILA MATTOSO
    DE SÃO PAULO

    03/09/2015 17h00 - Atualizado às 17h17

    O São Paulo decidiu entrar na Justiça contra a CBF para cobrar todos os salários de convocados para a seleção brasileira desde 1997 até junho deste ano. Além de pedir valores relacionados aos jogadores, o clube também coloca na conta o que gastou com membros da comissão técnica cedidos para jogos e competições do Brasil.

    O montante total reclamado pela diretoria paulista na ação, que corre no Rio de Janeiro, é de cerca de R$ 17,8 milhões.

    Uma das maiores cobranças tem a ver com as convocações de Luis Rosan, que foi fisioterapeuta da equipe por mais dos 20 anos.

    Foram 609 dias a serviço da seleção entre 2003 e 2013, segundo o levantamento do São Paulo. É o equivalente a cinco dias por mês durante dez anos.

    O valor total pago a Rosan no período em que o São Paulo pagava o profissional mas ele estava a serviço da seleção foi de R$ 735 mil. Corrigido com juros, chega a cerca de R$ 1,8 milhão.

    O São Paulo também relata ter cedido os médicos Nilton Fernando Donati, em 2006, e Marcio Castro Ferreira, em 2013, além dos fisioterapeutas Ricardo Sasaki e Alessandro Pereira da Silva, ambos em 2010. Pelos 64 dias somados de serviços deles, pede ressarcimento de R$ 59 mil.

    Só Rogério Ceni tem soma maior: o total corrigido chega a R$ 2 milhões.

    O departamento jurídico do time do Morumbi argumenta que a obrigação da confederação de arcar com os encargos trabalhistas dos atletas chamados para a Seleção está expressa na Lei Pelé, que é de março de 1998.

    A lei, porém, não faz nenhuma menção a outros funcionários.

    "Diferentemente do que ocorre na convocação de atletas, o reembolso de salários de membros da comissão técnica cedidos pelos clubes à CBF não tem previsão na Lei Pelé", afirma o advogado Eduardo Carlezzo.

    Procurado pela reportagem, Rosan se disse surpreso por ter uma conta tão alta em seu nome.

    "Esse dinheiro poderia vir pelo menos uma parte para mim, não é?", brincou o fisioterapeuta, que atualmente trabalha no Shandong Luneng, na China.

    "Eu não sabia que dava tanto. Eu não sei se o clube recebia alguma coisa, nós profissionais recebíamos algum valor por diárias, para usar no dia a dia. Se o Brasil ganhava uma competição, também tinha algum bônus, mas não era um salário, nada disso", completou.

    A CBF diz que desconhece a ação. O departamento jurídico do time tricolor não quer comentar nada sobre o assunto.

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