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    Criciúma diz que foi 'feito de bobo' após zagueiro acertar com São Paulo

    CAMILA MATTOSO
    MARCEL RIZZO
    DE SÃO PAULO

    23/09/2015 13h07

    Érico Leonan/saopaulofc.net
    O zagueiro Iago Maidana, de 19 anos, participa de treino no São Paulo
    O zagueiro Iago Maidana, de 19 anos, participa de treino no São Paulo

    Enquanto a CBF investiga como aconteceu a transação do zagueiro Iago Maidana para o São Paulo http://www1.folha.uol.com.br/esporte/2015/09/1685063-cbf-pede-explicacoes-ao-sao-paulo-por-triangulacao-em-compra-de-zagueiro.shtml, as partes envolvidas tentam se explicar. O jogador era do Criciúma, não teve seu contrato renovado, foi para o Monte Cristo, da terceira divisão do campeonato goiano, onde ficou dois dias, e chegou ao time do Morumbi, por intermediação de uma empresa chamada Itaquerão Soccer. O valor da transferência foi de R$ 2 milhões (e pode aumentar mais R$ 400 mil, se o atleta jogar dez vezes pelo profissional).

    "Fomos feitos de bobo. Fomos bobalhões", respondeu por telefone o presidente da equipe de Santa Catarina, Antenor Angeloni, à Folha.

    "O Criciúma foi vítima da podridão que é o futebol. Não conseguimos renovar com o jogador, por pressão dos empresários, não chegamos a um denominador comum. Liberamos, então ele. O contrato ia até o meio do ano que vem, mas aceitamos liberar porque ele logo ficaria livre. O São Paulo está por trás de tudo isso", completou o gerente do clube, Claudio Gomes.

    De acordo coma versão do dirigente, o Criciúma recebeu R$ 400 mil para liberar o atleta.

    Iago Maidana, de 19 anos, ficou cinco dias sem clube nenhum, segundo seus registros na Confederação Brasileira de Futebol. No dia 9 de setembro, porém, foi contrato pelo Monte Cristo, onde ficou até o dia 11, mesmo dia que foi anunciado pelo São Paulo.

    "Não tem ninguém bobinho aqui. O Iago foi para a seleção sub-20, ficou concentrado com o Lucão [jogador do São Paulo]. Se o São Paulo queria o jogador, tinha que ter procurado a gente. Por que não fez isso? Não somos os primeiros a sofrer com isso. Isso chama aliciamento. Eu fico triste de ver que isso ainda acontece", completou Gomes.

    Há dois anos, na gestão que ainda era de Juvenal Juvêncio, o São Paulo sofreu um boicote dos outros clubes, que não queriam sua participação em campeonatos da base. A situação só foi resolvida com uma carta enviada pelo então presidente para a Federação Paulista de Futebol, Marco Polo Del Nero, firmando um compromisso de não negociar mais com atletas com menos de 16 anos.

    "A gente está aqui trabalhando todos os dias e fica com cara de tapado em um negócio como esse. Parece que somos idiotas de termos liberado um jogador por R$ 400 mil, que depois foi vendido por mais de R$ 2 milhões. É lamentável uma situação como essa. Vamos tomar todas as medidas cabíveis para resolver esse problema", finalizou o gerente do Criciúma.

    Procurado, o São Paulo afirma que: "fez uma aquisição junto ao clube Monte Cristo, dentro de todas as normalidades, e que não negociou com empresa" e que "prestará esclarecimento à CBF, e todas as entidades com legitimidade no processo, se solicitado".

    Há a suspeita de que o negócio infringiu uma regra da Fifa, já que teria havia a participação de terceiros na compra dos direitos econômicos do atleta.

    De acordo com o novo regulamento nacional de registro e transferência de atletas de futebol, que seguiu às novas orientações da Fifa, "nenhum clube ou jogador poderá celebrar um contrato com um terceiro por meio do qual este terceiro obtenha o direito de participar, parcial ou integralmente de um valor de transferência pagável em razão da futura transferência dos direitos de registro de um atleta de um clube para outro, ou pelo qual se ceda quaisquer direitos em relação a uma futura transferência ou valor de transferência".

    Há menos de uma semana, a Comissão Disciplinar da Fifa sancionou o FC Seraing, da Bélgica, por caso semelhante. O clube foi proibido de registrar jogadores por dois anos e ainda recebeu multa de 150 mil francos suíços (R$ 623 mil). A menor sanção é uma advertência da entidade.

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