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    Turner diz que direitos de TV do Brasileiro eram 'subvalorizados'

    GUILHERME SETO
    DE SÃO PAULO

    19/05/2016 12h13

    Presidente da Turner na América Latina, o venezuelano Juan Carlos Urdaneta afirma que o valor pago pelos direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro estava 'subvalorizado' antes do grupo americano entrar no mercado no Brasil. A empresa se associou ao Esporte Interativo e competiu com a Globo para transmitir o torneio a partir de 2019.

    O Esporte Interativo fechou contrato com 15 clubes que atualmente estão em diferentes divisões do campeonato.

    Inicialmente, a proposta de R$ 550 milhões a serem divididos entre os clubes, além de R$ 40 milhões de luvas, era nove vezes superior à que havia sido feita pelo Grupo Globo -que posteriormente incrementou suas ofertas.

    "Propusemos um modelo inovador e mais justo em vários aspectos. Aumentamos consideravelmente os valores, gerando mais benefícios para mais clubes. Assumimos vários compromissos, como os de chamar os estádios pelos seus nomes e de garantir a exibição de jogos de todos os times. E nos comprometemos a cobrir com a mesma dedicação e emoção todos os times, independentemente de ter contrato com o Esporte Interativo ou com outras emissoras", afirmou Urdaneta à Folha.

    "Não fazia sentido que o produto mais poderoso de esportes no Brasil, que é o Campeonato Brasileiro, estivesse precificado por um valor bem menor do que o que as emissoras nacionais pagam para exibir os campeonatos estrangeiros no Brasil.", completa.

    Segundo ele, os direitos custavam "uma fração do que os concorrentes pagam por outros campeonatos e do que nós mesmos pagamos pela Liga dos Campeões.

    Sobre a concorrência com o Grupo Globo, que gerou algumas rusgas públicas no caminho (como a notificação que o Esporte Interativo enviou à concorrente sobre contratos assinados com Figueirense e Santa Cruz ), ele coloca panos quentes.

    "Gostaria de reforçar que não se trata de uma disputa, e sim de uma competição, que é saudável e fundamental em qualquer mercado de livre concorrência. Ganham todos. Os clubes, que poderão investir mais, os torcedores, que terão seus clubes mais fortes e saudáveis, e até os próprios canais que terão que se diferenciar ainda mais para atrair e engajar os torcedores", afirma.

    Divulgação
    Juan Carlos Urdaneta, presidente da Turner na América Latina
    Juan Carlos Urdaneta, presidente da Turner na América Latina

    Na semana passada, o fundador do Esporte Interativo e vice-presidente sênior da Turner no Brasil, Edgar Diniz, deixou seus cargos na empresa.

    Em seu blog, Juca Kfouri, colunista da Folha, informou que havia insatisfação na cúpula da Turner com os resultados ao fim das negociações.

    O motivo seria o fato de que nenhum clube que detém uma das cinco maiores torcidas do país fechou contrato com a emissora. Urdaneta nega e diz que a saída foi uma "decisão pessoal" do ex-vice.

    "Essa versão é absolutamente falsa e só pode interessar a quem não está feliz com o aumento da concorrência. Não poderia ser mais falsa e não faz o menor sentido. A Turner está muito otimista com o resultado das negociações. Fechamos com times que, em conjunto, têm três títulos mundiais, cinco títulos da Libertadores e 15 títulos brasileiros. E temos times de todas as regiões do país com torcidas grandes e apaixonadas", afirma.

    Segundo ele, a saída do executivo mudará pouco nos rumos do Esporte Interativo, reafirmando alguns pontos que já vinham sendo enfatizados por Diniz sobre a estratégia da empresa em relação às transmissões.

    Procurado pela reportagem, Juca Kfouri sustenta sua apuração.

    "A Turner afirma que não houve insatisfação com os resultados alcançados porque é o que se diz nesse tipo de situação, mas o fato objetivo é que eles viram desproporção entre o barulho que foi feito e o que eles conseguiram com as negociações. É natural que haveria dificuldade da parte do Edgar Diniz de passar da condição de dono da empresa para a de empregado, mas a saída de um executivo como ele não aconteceria se não houvesse insatisfação com o que foi apresentado. Obviamente, não tenho qualquer interesse em prejudicar a concorrência entre emissoras. Eu quero que os clubes consigam cada vez mais dinheiro com os direitos de transmissão", explica Kfouri.

    DISPUTA DAS TVS - Negociações pelo direito de transmissão em TV fechada a partir de 2019

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