• Esporte

    Thursday, 25-Apr-2024 16:07:53 -03

    Campeã em 2014, natação do Brasil vai a Mundial com pouca expectativa

    DE SÃO PAULO

    06/12/2016 02h00 - Atualizado às 10h04

    Celso Pupo/Fotoarena/Folhapress
    Etiene MEDEIROS (BRA) na categoria 50m livre feminino durante a Natação da Olimpíada Rio 2016 realizada no Estádio Aquático Olímpico. NÃO DISPONÍVEL PARA LICENCIAR NA CHINA
    Etiene Medeiros, que estará no Mundial de Windsor, durante os Jogos do Rio

    O Brasil entra para disputar o Mundial em piscina curta (25 m) –distância não olímpica– na direção oposta da qual saiu da última edição, em Doha, em 2014.

    Serão 13 representantes na competição em Windsor (Canadá), de terça (6) até domingo (11). Menos da metade enviada ao torneio qatari, quando foram 27 brasileiros.

    A expectativa decaiu da mesma maneira. Em Doha, a natação brasileira obteve a primeira posição no quadro geral de medalhas, com sete ouros, uma prata e dois bronzes, à frente dos EUA.

    Naquele campeonato, Etiene Medeiros se tornou a primeira nadadora do país a se sagrar campeã mundial e também bateu um recorde.

    Agora, a realidade não permite sonhar tão alto. Não há expectativa de que a seleção fique entre as primeiras.

    É um sintoma do momento pelo qual passa a natação brasileira. Após deixar os Jogos do Rio sem medalha, alguns atletas, como Thiago Pereira e Marcelo Chierighini, estenderam a "ressaca" e descartaram a ida a Windsor.

    Em setembro, o Ministério Público Federal em São Paulo divulgou conteúdo de investigação sobre improbidade administrativa e pediu afastamento do presidente da CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos) e outros membros da cúpula.

    Um juiz acolheu-o em primeira instância, mas depois a liminar foi suspensa e os dirigentes foram reconduzidos às suas funções. A entidade terá novas eleições no primeiro trimestre de 2017.

    Em meio a isso, a CBDA deve ter de lidar com uma considerável redução no patrocínio proveniente dos Correios.

    Entre 2012 e 2016, a confederação recebeu R$ 94,8 milhões da estatal, que a patrocina desde 1991.

    Em Windsor, por exemplo, a equipe não deve disputar alguns revezamentos por falta de quórum. O grupo masculino não tem, por exemplo, um velocista de renome.

    "Teríamos alguns revezamentos fortes, mas dessa vez não temos nenhum nadador de costas ou de crawl", disse Nicholas Santos, atual vice-campeão mundial em piscina curta dos 50 m borboleta.

    Ainda assim, ele acredita que o Brasil tem chances de medalha com Etiene, Felipe Lima e Felipe França.

    Um dos principais nomes da delegação, Kaio Márcio abdicou de competir por ter perdido voo para o Canadá.

    A Federação Internacional de Natação também aproveitará o Mundial de Windsor para homenagear Michael Phelps, que se despediu da natação nos Jogos do

    BRASIL EM WINDSOR

    Delegação
    A seleção é composta por 13 atletas: Etiene Medeiros, Felipe França, Felipe Lima, Nicholas Santos, Thiago Simon, Leonardo de Deus, Lucas Kanieski, Manuella Lyrio, Brandonn Almeida, Viviane Jungblut, Larissa Oliveira, Fernando Scheffer e Daiene Dias. Kaio Márcio também iria, mas perdeu o voo para o Canadá

    O destaque
    Em Doha, Etiene Medeiros se tornou a primeira nadadora brasileira campeã mundial, com o ouro nos 50 m costas (com recorde mundial). Ela tenta defender o título agora em Windsor, depois de ser liberada por acusação de doping e quase perder os Jogos Olímpicos do Rio

    Outras chances
    Nicholas Santos foi campeão mundial em piscina curta nos 50 m borboleta em 2012 e prata em 2014. Felipe França levou cinco medalhas de ouro em Doha, e Felipe Lima foi bem na Copa do Mundo em piscina curta neste ano

    Edição impressa

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024