A Revista Brasileira de Psiquiatria publicou o resultado de estudo que indica a eficácia da psicoterapia aliada ao uso de MDMA, princípio ativo do ecstasy, para vítimas de abuso sexual com transtorno de estresse pós-traumático grave.
O silenciamento é uma prática de opressão. É a cegueira da palavra que poderia manifestar abuso, corrupção ou qualquer outro ato ilícito. É a manifestação obscura de um poder que, ainda que temporal, marca a vida daqueles e daquelas que se encontram submetidos a uma estrutura permissiva, reforçadora de práticas opressivas. Nestes 20 anos de pesquisa com a memória dos atletas olímpicos brasileiros, ouvi muitas histórias, várias delas registradas em vídeo. Sem medo, sem culpa. Com nomes e sobrenomes de pessoas que se aproveitaram do momento e do lugar de poder que ocuparam. É sabido que o poder inebria e ilude o desatento. Faz crer que a cadeira e a mesa físicas ocupadas em uma sala protegida por paredes, portões e seguranças armados representam uma imunidade eterna garantida por aquilo que se pode barganhar no momento. Triste ilusão.
A escritora Penélope Martins queria que a protagonista de seu livro “Minha Vida Não É Cor de Rosa” passasse pelas experiências habituais das adolescentes. A descoberta da autonomia, o primeiro namorado, a mudança de escola —o primeiro assédio.
A pandemia de Covid-19 trouxe a todos nós, que atuamos no sistema Judiciário, uma situação impensável. A sala de depoimento especial para crianças do maior Fórum Criminal da América Latina, o da Barra Funda, em São Paulo, de repente, silenciou-se. O trabalho passou a ser remoto, e a frenética rotina daquele lugar foi suspensa. Uma rotina de histórias sofridas, muitas vezes acompanhadas de lágrimas, de vergonha, de mãos pequenas e nervosas que buscam acolhimento e Justiça.
Foi uma reportagem instigante, escrita pelo repórter mais prestigiado da revista The New Yorker, e com uma manchete que capturava a atenção: "Arquivos extraviados motivaram vazamento de registros financeiros de Michael Cohen".