Em missões dos Médicos Sem Fronteiras, Ana Letícia Nery já tratou de homens e mulheres atingidos por estilhaços de bomba na guerra no Iêmen, em 2016; cuidou de vítimas de bombardeios na ofensiva contra o Estado Islâmico em Mossul, no Iraque, em 2017; enfrentou a epidemia de cólera após o ciclone que devastou o norte de Moçambique, em 2019; e atendeu crianças com sarampo e malária na área controlada pelo Boko Haram na Nigéria, também em 2019.
"Voltem às duas!", grita o diretor teatral Paulo Faria, megafone na mão, da sacada do sobrado onde funciona, há 12 anos, a sede da companhia Pessoal do Faroeste, a 400 metros da cracolândia, no centro paulistano.
A Prefeitura de São Paulo fechou nesta quarta-feira (8), o Atende 2 (unidade de Atendimento Diário Emergencial), equipamento público para dependentes de drogas na região da cracolândia, centro de São Paulo, e levou 213 usuários para um novo serviço, no Glicério, a cerca de 2 km.
A Defensoria Pública do Estado de São Paulo ingressou com ação para tentar barrar o fechamento do Atende 2 (unidade de Atendimento Diário Emergencial), na região da cracolândia, centro de São Paulo, em meio à pandemia do novo coronavírus, que já causou a morte de 667 pessoas no país e infectou mais de 13 mil. À Folha, a prefeitura confirmou que as atividades do local serão encerradas e um novo serviço municipal será aberto no Glicério, a cerca de 2 km. A data do fechamento, no entanto, não foi confirmada pela administração Bruno Covas (PSDB). Apesar disso, órgãos e entidades de defesa dos Direitos Humanos e que trabalham com redução de danos de usuários de drogas acreditam que a ação do poder público deve ocorrer nesta quarta-feira e que isso pode causar confusão no local.
O Atende 2 (unidade de Atendimento Diário Emergencial), na região da cracolândia, no centro de São Paulo será fechado pela prefeitura. O local faz parte do programa Redenção, estratégia municipal para o atendimento de usuários de drogas, e será substituído por um novo equipamento, no Glicério, a cerca de 2 km. A mudança, ainda sem data, de acordo com a prefeitura, causou reclamações em entidades que trabalham com redução de danos de usuários de drogas na região. Segundo elas, em meio à pandemia do novo coronavírus, o fechamento do serviço causará problemas e deixará a população ainda mais exposta. O vírus já causou a morte de 486 pessoas no país e infectou mais de 10 mil. Na região da cracolândia, as condições sanitárias favorecem a disseminação dos casos.