Auxiliares de Jair Bolsonaro relataram ao presidente a percepção de que a desavença entre os ministros Rogério Marinho e Paulo Guedes segue viva e que Marinho torce e trabalha pela saída do colega do governo. A leitura é que Marinho é responsável por apontar defeitos nos atos de Guedes, tendo colaborado para a proposta do Renda Brasil ser rejeitada. Em uma frase que contrasta com seu estilo, Bolsonaro declarou ser contra tirar dos pobres para dar aos paupérrimos.
O presidente Jair Bolsonaro demonstrou nos últimos dias irritação ao ser questionado sobre a razão dos 27 cheques que somam R$ 89 mil feitos por Fabrício Queiroz e sua mulher, Márcia Aguiar, para a primeira-dama Michelle Bolsonaro.
Concordo integralmente com os que consideram "absurda" qualquer comparação entre as histórias de vida e visões políticas de Dilma Rousseff e Bolsonaro. Dilma foi torturada no regime militar, Bolsonaro elogiou o torturador. Dilma simpatiza com Maduro, Bolsonaro com Alfredo Stroessner. São coisas muito diferentes.
Ex-ministro no governo FHC, o economista Luiz Carlos Mendonça de Barros diz que Guedes deve adaptar a narrativa liberal ao novo desenho político de Bolsonaro. "O presidente, por necessidade, deu um cavalo de pau na política e a narrativa liberal radical lá do início perdeu força e sentido. Ela envelheceu na medida em que o governo mudou seu eixo político", diz.
A extinção do abono salarial, um dos pontos de desacordo de Bolsonaro em relação ao pacote apresentado por Guedes, já foi defendida pelo presidente. No ano passado, Bolsonaro endossou a ideia, inserida na proposta de reforma da Previdência. A mudança caiu por resistência do Congresso.