Em 1910, Norman Angell publicou um livro que ficou célebre, e não pelos melhores motivos. O título é "The Great Illusion" e Angell, com um otimismo extravagante, argumentava que o mundo jamais entraria em guerra. A dependência econômica e comercial entre as nações seria sempre mais forte do que os instintos bélicos entre elas.
Os encontros festivos de final de ano podem render ótimas histórias, mas acredito que nenhuma superará o que houve no final de 1914. No Natal daquele ano, o primeiro da Primeira Guerra Mundial, inimigos se uniram para confraternizar. Ao que parece, a iniciativa veio dos alemães que passaram a entoar músicas natalinas. Seus oponentes, os ingleses, fizeram coro. Não tardou para que os homens de lados opostos saíssem de suas posições. Eles, então, trocaram presentes e apertos de mãos. Em alguns pontos do fronte, a trégua chegou até o ultimo dia de dezembro.
[RESUMO]?Armistício da Primeira Guerra Mundial representou intervalo de um conflito que continua ativo; tensão que levaria à retomada das ações militares era evidente já na negociação do Tratado de Versalhes, assinado em 1919.
A centenária 1ª Guerra Mundial (ou a Grande Guerra) é frequentemente lembrada pelas trincheiras e pela disputa por conquistar um centímetro que fosse no campo de batalha para acuar o inimigo -no caso, Alemanha e Império Austro-Húngaro, depois que a Itália abandonou o barco.
Um jovem oficial do Exército americano que anos mais tarde seria o 33º presidente dos EUA, uma jornalista francesa pró-Europa décadas antes de a União Europeia existir, uma artista alemã que traduz em arte o sofrimento com a perda do filho, um vietnamita que lava pratos em Londres enquanto idealiza uma revolução em sua terra natal, e uma escritora britânica às voltas com a depressão. O que une essas figuras é o fato de terem vivenciado, no front ou fora dele, o fim da Primeira Guerra Mundial, em novembro de 1918.