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    Hora da xepa marca fim da 56ª Feira do Livro de Porto Alegre

    LUCIANO BOTTINI FILHO
    ENVIADO ESPECIAL A PORTO ALEGRE (RS)

    15/11/2010 13h13

    Perto do encerramento, a 56ª Feira do Livro de Porto Alegre, a maior a céu aberto das Américas, chegou à hora da xepa. Ao fim de 18 dias de comércio literário, nesta segunda-feira, o volume de vendas cresceu ao bater mais de um milhão de visitantes e quase 400 mil livros vendidos (14% mais do que em 2009).

    Divulgação
    Barracas em ar folclórico da Feira do Livro de Porto Alegre
    Barracas em ar folclórico da Feira do Livro de Porto Alegre

    Mesmo no feriado prolongado de 15 de novembro, os consumidores passaram em massa pelo centro de Porto Alegre, na Praça da Alfândega, procurando as melhores ofertas. O centro histórico, um pouco obstruído por trabalhos de reforma, mostra como os gaúchos e a mídia local dão valor ao coração da cidade, em geral abandonado em outras capitais.

    Registrada em 2010 como patrimônio imaterial de Porto Alegre, a população chama o evento de "nossa feira". A tradição tornou-se referência para outras cidades. Feira de Santana (BA) e São Luís do Maranhão (MA) enviaram representantes para conhecer melhor o modelo rio-grandense. No estado a prática é tão forte que há pelos menos 150 iguais a essa, algumas simultaneamente, o caso de Pelotas e Passo Fundo. No futuro, pretende-se criar um circuito nacional de feiras de livro liderado por Porto Alegre.

    Bibliodiversidade

    Ao longo dos seus 56 anos, que tornaram a feira a mais longa em tempo contínuo do Brasil, o jeito de quermesse foi mantido, com cheiro de pipoca doce e o burburinho ao ar livre. Em quase 150 barracas de livrarias, editoras e distribuidoras de livros, cada expositor tem o mesmo espaço, nas bancas ou quitandas de uma espécie de mercado público literário. A filosofia é que todos ocupem áreas iguais e se impeça os megaestandes de empresas esmagando os expositores menores ou menos populares.

    "Buscamos a bibliodiversidade", resume o presidente da câmara rio-grandense do Livro, João Carneiro, citando um termo que significa maior variedade de livros à disposição. Segundo Carneiro, hoje as pessoas podem ter maior acesso a obras pela internet por catálogos virtuais, mas presencialmente existe somente um espaço público do porte da feira de Porto Alegre.

    Visitantes

    Os autores ilustres ficam maravilhados com a cena cultural em Porto Alegre. "Você vai ao Rio e São Paulo e o centro está um deserto", disse o desenhista Ziraldo, que há 30 anos frequenta a feira.

    Ex-alunos de Ziraldo também fora recebidos em uma mostra dentro do evento, como Graça Lima e Roger Mello."Tenho 60 anos de carreira, uma grande quantidade de ilustradores já apareceu lá em casa com a pastinha debaixo do braço", recorda Ziraldo.

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