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    Escritora ensina a fazer 'impressora' caseira com papel-carbono

    GABRIELLA MANCINI
    DE SÃO PAULO

    27/05/2012 16h00

    Divulgação
    Capa do livro "Que Bagunça!", de Aline Abreu
    Capa do livro "Que Bagunça!", de Aline Abreu

    Não se sabe ao certo quando uma bagunça começa. Ela aparece de sopetão e, quando se vê, está por toda a parte. No livro "Que Bagunça" (ed. Planeta Infantil; R$ 24,90), Aline Abreu brinca com várias técnicas para desenhar a desordem.

    Ela lançou a obra no Salão FNLIJ do Livro deste ano, onde a equipe da "Folhinha" esteve presente. Antes de distribuir autógrafos, ela participou de performance e desenhou o personagem principal do livro. E até convidou as crianças para rabiscarem com ela!

    Confira bate-papo com a autora e, depois, aprenda a fazer a técnica da monotipia com papel-carbono --uma das usadas por Aline em seus livros.

    Você também é bagunceira?

    Sim. Cada trabalho começa de um jeito, então vou fazendo, bagunçadamente, e aí chega uma hora em que tenho que parar, ver tudo o que produzi até então, dar uma organizada. Faço uma bagunça organizada.

    *Que técnicas usou em "Que Bagunça!"?

    Misturei várias. Usei bico de pena e nanquim para fazer os desenhos iniciais, que são todo o preto que aparece no livro. Aí digitalizei os desenhos (passei para o computador) e fui pintando o menino, no computador mesmo. Depois fiz uma foto-colagem, uma estampa com foto de brinquedos que fotografei ou peguei da internet.

    Como escolhe a técnica que usará em cada livro?

    Ela está diretamente relacionada ao texto, ao que ele está contando. No caso deste livro, essa linha que o bico de pena proporciona é o material com o qual me sinto mais confortável para produzir esses rabiscos todos. Me dá essa sensação de algo caótico, desordenado. E o uso dos brinquedos foi porque ficava brincando com meu filho pequeno, tinha aquela bagunça espalhada pelo tapete, então comecei a fotografar aquilo. O outro livro que lancei no Salão, o "Cheirinho de Talco", é sobre memória. Então peguei papéis de arroz antigos, já amarelados, com pontos de fungo, e fui fazendo colagem, sobreposição com transparência, construindo essas memórias.

    Você desenha o tempo todo ou só quando trabalha?

    Desenho o tempo inteiro. No telefone, quando estou esperando alguma coisa, na sala de espera. Ilustrador tem mania de carregar um caderninho. Tenho esse hábito, às vezes estou em uma palestra, tenho que me policiar um pouco, senão fico rabiscando e me perco.

    Palavra e imagem nascem juntas?

    Quando pego um texto de outro autor não, tenho que ler muitas vezes pra que possa ser familiar pra mim e eu comece a imaginar. Nos meus livros é algo mais espontânea, que vai saindo. Não fico raciocinando muito, é bem diferente. Mas gosto de fazer os dois.

    Pedro Abreu/Divulgação
    Aline Abreu ensina a técnica da monotipia
    Aline Abreu ensina a técnica da monotipia

    FAÇA EM CASA

    Aline Abreu usou várias técnicas no livro "Cheirinho de Talco". Uma delas é a monotipia, um jeito de imprimir.

    Ela explica: "Normalmente o artista 'estica' a tinta sobre um vidro, usando um rolo, e depois coloca o papel por cima para desenhar. Um jeito gostoso para fazer em casa é usar o papel-carbono como tinta para impressão. Eu faço muitas monotipias assim."

    Confira o passo a passo e imprima seu próprio desenho.

    1 - Prenda uma folha de papel-carbono sobre uma cartolina, colando as bordas com fita adesiva. O lado do papel-carbono que solta tinta deve ficar para cima.

    2 - Coloque uma folha de papel sobre o carbono e faça seu desenho usando caneta ou lápis. Lembre-se de que tudo o que você desenhar ou escrever vai sair ao contrário. (Isso poder ser muito legal para deixar um bilhete secreto, que precisa ser lido na frente do espelho.)

    3- Se quiser ter uma surpresa, desenhe com a caneta tampada ou com o cabo de um pincel. Só quando levantar o papel é que você descobrirá o que desenhou!

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