Ao contrário do que diz uma simpática música da dupla Palavra Cantada, no mundo real não existe esse negócio de "Senhor Minhoco" e "Dona Minhoca".
O namoro desses bichos é bem diferente do nosso porque eles são o que os biólogos chamam de hermafroditas, ou seja, as minhocas, em geral, são macho e fêmea ao mesmo tempo.
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Isso significa que, algum tempo depois de o casal de minhocas se encontrar, os dois membros do par são capazes de gerar filhotes. As minhoquinhas se desenvolvem dentro de um casulo "botado" pela minhoca-mãe e saem dele já com o formato do bicho adulto.
Os humanos que olham para uma minhoca normalmente têm dificuldade de saber o que é a cabeça e o que é o rabo do bicho. Mas, assim como nós, elas têm uma boca (e um outro buraquinho na outra ponta do corpo, para colocar a comida para fora), além de um "cérebro" (na verdade, são só duas pequenas maçarocas de células nervosas, chamadas de gânglios).
Pulmão para elas é luxo: respiram pela pele mesmo. E, com suas boquinhas rudimentares, o que comem? Matéria orgânica em geral -o que pode significar desde folhas mortas até (eca!) esterco (cocô).
Rogério Canella/Folhapress | ||
Imagens de um minhocario |
TERRA FÉRTIL
Como não são muito exigentes nessa escolha de cardápio, acabam engolindo também grãozinhos de terra. Obviamente, transformam tudo isso em cocô.
Esse é um dos motivos da importância ecológica das minhocas. A mistura peculiar de matéria orgânica que elas espalham pela terra aumenta a fertilidade do solo, o que é uma excelente notícia para quem quer plantar.
Outro ponto importante é o próprio movimento dos bichos dentro da terra. Seu rastejar vai abrindo poros no solo, deixando-o mais arejado e misturando melhor os nutrientes nele, o que é outro ingrediente da receita para uma terra fértil.