Antes, parecia ser só mais uma moda de verão. Agora, o stand-up paddle, nome daquela pranchona gigante com remo, está em quase todas as praias -e mostrou que veio para ficar.
O esporte permite remar, ficar em pé e até surfar. Além da diversão, "é bom para melhorar a concentração e a postura", conta José Mário Roque, da escola Sahy Surfando, que fica em São Sebastião, litoral norte de São Paulo.
Segundo instrutores, o equipamento, que antes só era procurado por adultos, já começa a despertar a curiosidade de crianças.
"Tentei ficar em pé na prancha e não consegui. Depois tentei de novo e deu certo", conta Gabriel Tavares Ramos, 9. O garoto se interessou pela prática quando viu um primo "andando" por aí com a pranchona. "Então quis experimentar também", conta.
| Editoria de Arte/Folhapress |
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Depois de cair na água na primeira tentativa (veja abaixo dicas para ficar em pé na prancha), o menino diz ter ganho um esporte preferido: "Dá para ir remando aonde quiser. É fácil superar as ondas".
De férias, Antonela Santos, 6, também testou o stand-up. E diz que achou "um pouquinho difícil". "Mas já fiquei em pé", comemora ela, que encarou a água em uma parte mais rasa do mar com a tia Regina Santos, 36.
Com prancha ou sem, Antonela já sabe o que mais gosta de fazer quando está na praia. "Gosto de brincar na água", diz à reportagem, antes de correr em direção ao mar.
GRANDE PROCURA
A procura de crianças pelo stand-up paddle é tanta que uma versão menor da prancha, feita de material mais macio, já aparece em algumas praias do litoral.
Mas nada de ir sozinho para o mar: devido ao tamanho do equipamento, o stand-up deve ser praticado apenas após os cinco anos de idade e na companhia dos responsáveis ou monitores, que podem segurar a prancha e acompanhar o trajeto.
Quem tiver mais experiência na água pode até tentar usar a pranchona sozinho para remar por aí, já que os monitores ficam por perto e dão dicas.
Há até uma certa vantagem em relação aos adultos.
"Como a prancha é grande e as crianças são pequenas, elas têm mais estabilidade. Os adultos têm mais dificuldade pelo peso do corpo", diz o professor de educação física Rodrigo Santalucia, da escola Boas Ondas.
HAVAÍ
O stand-up é mais antigo do que parece: um dos primeiros registros vem da década de 1940, no Havaí, "berço do surfe".
"As pranchas de surfe eram muito grandes. Alguns professores pensaram em usá-las para remar e enxergar o horizonte", conta Ivan Floater, da Confederação Brasileira de Stand Up Paddle.
Bem antes, havia os "caballitos de totora", embarcação artesanal em que peruanos remavam de pé, há mais de 2.000 anos.
| Carolina Daffara/Editoria de Arte/Folhapress | ||
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