• Folhinha

    Wednesday, 24-Apr-2024 02:33:13 -03

    Estagiárias de deuses amazônicos, guerreiras estrelam série brasileira

    CAROL OLIVEIRA
    DE SÃO PAULO

    19/02/2016 02h02

    Quatro guerreiras indígenas com superpoderes lutando em um minuto contra o Boitatá no meio da Amazônia.

    Meio com clima de super-herói, meio com o tempero do Pará, a série de animação brasileira "Icamiabas na Amazônia de Pedra" revela a cultura da floresta amazônica em episódios curtinhos, que são exibidos na internet e na TV Cultura paraense.

    "Às vezes a gente tenta reproduzir o que vem de fora. Mas também dá para falar de super-herói com as histórias que estão ao nosso redor", diz Otoniel Oliveira, criador da produção.

    A série foi inspirada na lenda das icamiabas, guerreiras que, segundo a lenda, viviam em tribos sem homens na Amazônia brasileira. Elas também são conhecidas como amazonas, por sua semelhança com o mito das amazonas da Grécia Antiga. O próprio rio Amazonas foi batizado em homenagem a elas.

    Icamiabas

    Na animação, quatro jovens indígenas têm a missão de combater vilões, como o Boitatá e o Curupira, além de resolver alguns problemas como impedir que a Lua caia e destrua a todos.

    As heroínas são estagiárias de deuses como Tupã, Jaci e Caupé. Cansados de terem sempre de salvar o mundo, eles delegam às estagiárias essa tarefa.

    Mas, ao contrário de suas antepassadas, as icamiabas de Otoniel não poderiam estar mais integradas ao século 21: elas vivem na cidade, jogam games e vão à faculdade.

    "Estamos acostumados a um pensamento colonialista sobre os indígena e vê-los parados no tempo", diz Otoniel.

    Além de levantar a bandeira da cultura nacional, a série também traz outras discussões, como a da participação feminina nos desenhos. O criador espera que as quatro heroínas possam servir de inspiração para meninas e meninos.

    "Existe um mito de que meninos não assistem a séries com heroínas. Mas isso está mudando", diz.

    Otoniel trabalha agora para fazer episódios mais longos, com cerca de 11 minutos. Eles devem ser finalizados ainda neste ano e lançados em 2017.

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024