O que era para ser um estudo se tornou, também, uma homenagem póstuma. "Caymmi e a Bossa Nova", segundo livro da jornalista e professora de literatura Stella Caymmi sobre o avô, já tinha data de lançamento marcada (amanhã, no Mistura Fina, no Rio) quando, em 16 de agosto, morreu Dorival Caymmi, aos 94 anos.
| 8.dez.2000/Folha Imagem |
|
| Dorival Caymmi "boceja" durante entrevista no bairro de Botafogo (Rio); veja mais fotos |
Com a morte, 11 dias depois, de Stella Maris, companheira do compositor, o livro ganhou contornos ainda mais emocionais. Mas a obra não tem nada de depoimento pessoal. É, sim, uma pesquisa sobre as relações do mestre baiano com a invenção de João Gilberto.
Na entrevista com Chico Buarque para a biografia "Dorival Caymmi - O Mar e o Tempo" (2001), Stella ouviu dele uma frase que a intrigou: "Por ser um movimento revolucionário, a bossa nova recusou muita coisa. Recusou Noel [Rosa], Ataulfo Alves, os grandes da música brasileira. E não podia recusar Caymmi".
Para entender por que a música do avô era irrecusável, ela uniu conceitos de teoria literária a um levantamento de livros e reportagens.
Procurou explicar como todas as fases de Caymmi inspiraram os músicos da bossa nova, em especial o conterrâneo João, que elegeu "Rosa Morena" a música que o fez perceber a possibilidade de revolucionar as divisões e harmonias.
Leia o especial sobre os 50 anos da bossa nova
Caymmi e a Bossa Nova
Autora: Stella Caymmi
Editora: Ibis Libris
Quanto: R$ 35 (144 págs.)
Lançamento: amanhã (9), às 18h, no Mistura Fina (av. Rainha Elizabeth, 769, Rio; tel. 0/xx/21/2523-1703)
