Em março de 1973, Marlon Brando foi anunciado o vencedor do Oscar de melhor ator pelo seu trabalho em "O Poderoso Chefão", dirigido por Francis Ford Coppola em 1972.
Ao invés de Brando subir ao palco para receber a estatueta dourada, quem apareceu em cena foi uma "jovem atarracada, mas bela a seu modo, de longas tranças e olhar determinado", segundo reportagem de 29 de março de 1973 da Ilustrada.
Reprodução |
Veja reprodução da página do jornal que traz a notícia |
Ainda de acordo com o caderno, a moça disse: "Meu nome é Shasheen Littlefeather, eu sou uma índia apache e estou aqui representando Marlon Brando que mandou dizer que não aceita o prêmio em sinal de protesto pela imagem falsa que o cinema e a televisão projetaram do índio norte-americano".
O texto ainda conta que a índia "acrescentou algumas palavras de protesto, disse que esperava ver Marlon Brando juntar-se aos índios rebelados de Wounded Knee e anunciou que tinha um longo discurso escrito pelo famoso ator".
O discurso foi recebido com vaias pelo público, que foram logo substituídas por aplausos "educados".
Mais tarde, foi divulgado que a índia não era uma nativa apache, mas sim uma atriz contratado por Brando para ler sua carta de protesto na cerimônia do Oscar.
O papel de Don Corleone foi uma das interpretações mais elogiadas na carreira de Brando que, na época das filmagens, estava em uma fase decadente e recuperou seu prestígio.
Divulgação | ||
"O Poderoso Chefão" |