A novela "Roque Santeiro", escrita por Dias Gomes, foi proibida pelo regime militar de entrar no ar pela TV Globo em 1975.

Após dez anos, finalmente, a novela entrou no ar em 24 de janeiro de 1985, "sem cortes, na versão integral", observou a jornalista Âmbar de Barros, que ainda acrescentou que, "como já se pretendia em 1975", a superprodução tinha "o objetivo de mudar o perfil das novelas do horário das 8".

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A reportagem cita o próprio Gomes, ao explicar que a idéia de colocar no ar a novela censurada foi da direção da emissora.

"Afinal, raciocinou a cúpula global, nada melhor do que a proibida 'Roque', símbolo da repressão severa a que eram submetidos os meios de comunicação na década de 70, para marcar o começo de um novo tempo", escreve Âmbar, referindo-se ao período de abertura política pelo qual passava o Brasil nos anos 80.

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Viúva Porcina (Regina Duarte), e sinhozinho Malta (Lima Duarte), em "Roque Santeiro"

Protagonizada por Regina Duarte, a trama se passava na "provinciana Asa Branca", cidade que vive sob a sombra de um milagre realizado por um santo. Logo, esse milagre se revela falso.

Mas quando o suposto "santo", o Roque Santeiro do título, retorna à cidade, a população de Asa Branca se divide entre os que defendem a verdade e os que se beneficiam da mentira do milagre.

Roque Santeiro, interpretado por José Wilker, era casado com Porcina, papel de Regina Duarte. Ainda no elenco, Lima Duarte, Paulo Gracindo, Yoná Magalhães, Claudia Raia e Fábio Jr.

Com apenas 50 capítulos prontos, a história teve de ser encaminhada para outros autores, já que Dias Gomes não poderia deixar de lado outros compromissos assumidos com a própria rede Globo. Segundo a reportagem, a tarefa coube a Aguinaldo Silva e Glória Peres, atualmente dois dos principais autores da TV carioca.