No ar desde o dia 2 de junho, "A Favorita", atual novela das 20h da Globo, teve seu início marcado por polêmicas e uma significativa baixa audiência.
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Patrícia Pillar e Claudia Raia como as protagonistas de "A Favorita" |
A trama começou sem deixar claro ao espectador quem era a verdadeira vilã da história: Donatela (Claudia Raia) ou Flora (Patrícia Pillar).
As duas personagens nasceram pobres, cresceram juntas e até mesmo formaram uma dupla sertaneja durante a juventude. Namoraram, casaram e continuaram amigas até que uma delas --hoje sabe-se que foi Flora --matou Marcelo, marido de Donatela e amante de Flora.
Flora foi acusada pelo assassinato e passou 18 anos presa. Saiu da cadeia disposta a conquistar a confiança da filha, Lara (Mariana Ximenes) e se vingar de Donatela.
Pior estréia da década
"A Favorita" estreou com média de 35 pontos no Ibope da Grande São Paulo, conquistando a desanimadora marca de pior estréia da década para uma novela das 20h na Globo.
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Ator Carmo Dalla Vecchia interpreta o jornalista Zé Bob em "A Favorita" |
O capítulo inaugural teve sua audiência prejudicada pela concorrência com a Record, que antecipou o último capítulo da novela "Caminhos do Coração".
A audiência do folhetim só começou a subir duas semanas após sua estréia, quando registrou uma média de 40 pontos. Mesmo assim, "A Favorita" amargou o pior mês de estréia de uma novela das 20h da emissora em todos os tempos.
Reviravolta
Foi preciso uma transformação entre os mocinhos e vilões da trama para que "A Favorita" deslanchasse sua audiência. No início de agosto, a Globo exibiu o capítulo que revelou Flora como a verdadeira assassina de Marcelo. Antecipar o desfecho do mistério foi uma das estratégias da emissora para esquentar o ibope da novela.
No final do capítulo, que foi ao ar dia 5 de agosto, Flora assumiu de vez a figura de vilã e matou o médico Salvatore (Walmor Chagas) para impedir que ele inocentasse Donatela em depoimento. O episódio rendeu um recorde de audiência para novela, que alcançou 46 pontos de ibope.
Fabrício Mota/Tv Globo |
Patrícia Pillar na pele na grande vila de "A Favorita", Flora; entre os crimes atribuídos à personagem está a morte de Gonçalo |
Depois de experimentar a boa aceitação do público, o roteiro de "A Favorita" insistiu em surpresas e reviravoltas. Donatela foi presa, trocou de identidade com Diva (Giulia Gam) e foi considerada morta. Fugiu da prisão, compareceu a seu próprio enterro e decidiu se reaproximar do seu amado Zé Bob (Carmo Dalla Vecchia).
Aos poucos, Flora foi conquistando terreno na casa dos Fontini --família de Marcelo-- e Zé Bob e Donatella passaram o tempo em busca de aliados a desmascará-la.
Paternidade
Não bastasse a mudança de vilã, o roteiro de "A Favorita" também alterou o nome do herdeiro da fortuna dos Fontini. Halley, até então filho de uma cafetina, descobriu que é o verdadeiro filho de Donatela com Marcelo --seqüestrado ainda bebê. Lara, por sua vez, é fruto do relacionamento de Flora com Dodi (Murilo Benício).
O capítulo que mostrou a descoberta de Gonçalo de que era avô de Halley rendeu ao folhetim um novo recorde, dessa vez com média de 47 pontos de audiência.
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Lilia Cabral como Catarina, sua personagem em "A Favorita" |
Mas quando tudo parecia correr na direção certa, com Flora prestes a ser desmascarada por Gonçalo Fontini (Mauro Mendonça), a vilã tratou de se livrar de seu inimigo.
Traição e preconceito
Outras histórias que renderam comentários e audiência para "A Favorita" foram o caso de Dedina (Helena Ranaldi) com Damião (Malvino Salvador). Ela, mulher do prefeito de Triunfo, foi flagrada enquanto se relacionava com o melhor amigo do marido.
Na mesma cidadezinha, outra polêmica gira em torno de Stela, dona de um restaurante na cidade. Homossexual assumida, a personagem interpretada por Paula Burlamaqui precisa agüentar os boatos e preconceitos a respeito de sua orientação sexual.
O relacionamento de Stela com Catarina (Lilia Cabral) ainda é hipótese para o público de "A Favorita", que teme por uma nova revelação.