O prefeito do Rio, Cesar Maia, inaugurou hoje a obra mais polêmica do seu terceiro mandato, a Cidade da Música. Maia descerrou a placa do complexo erudito antes da estréia oficial amanhã (sábado) à noite, quando haverá um concerto para convidados.

26.dez.2008/Rafael Andrade/Folha Imagem

Parte inacabada da Cidade da Musica, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio

A menos de uma semana do fim do mandato, o prefeito chegou a chorar durante a exibição da banda da Guarda Municipal para uma platéia cerca de 100 operários e funcionários da prefeitura. O espaço foi benzido por um padre e o prefeito assistiu, ao lado de secretários de governo, a uma "canja" da OSB (Orquestra Sinfônica Brasileira) sob regência do maestro Roberto Minczuk. Hoje a orquestra se apresenta com a soprano dinamarquesa Sine Bundgaard.

Com o investimento de R$ 518,4 milhões bancado pela Prefeitura do Rio, a obra custou quatro vezes mais do que outro grande projeto cultural de Maia: a Cidade do Samba, inaugurada em 2006 com custo de R$ 102 milhões, em valores da época.

Para concluir o projeto original, o investimento total precisa ainda de cerca de R$ 30 milhões, que o prefeito diz que deixará em caixa para a próxima gestão.

Ontem, Maia mostrou otimismo ao comentar as críticas. "A polêmica ajuda a gerar memória, faz com que o fato fique colado àquele que tomou a decisão", disse. "Quando eu tiver 90 anos e for candidato a senador vitalício, virá este reconhecimento. Todos os templos são construídos sob forte polêmica. A decisão foi difícil de ser tomada, pois é algo para as p°roximas gerações, e não para as próxima eleições. Ela [decisão] não se mede em votos, mas na formação de platéia, de músico e no desenvolvimento cultural carioca".