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    Dono da Furacão 2000 vira secretário de Cultura no RJ

    ITALO NOGUEIRA
    da Sucursal do Rio

    20/01/2009 08h24

    Após 35 anos de sucesso como produtor de bailes funk no Rio e duas passagens pela prisão, o empresário Rômulo Costa, dono da produtora Furacão 2000, vai alçar pela primeira vez o estilo ao Poder Executivo e assumir a Secretaria de Cultura de Belford Roxo, cidade da Baixada Fluminense com cerca de 600 mil habitantes.

    13.jan.2009/Rafael Andrade/Folha Imagem
    Rômulo Costa, futuro secretário de cultura de Belford Roxo, no Rio
    Rômulo Costa, futuro secretário de cultura de Belford Roxo, no Rio

    Habituado à batida do funk, Rômulo Costa afirma que "ainda está aprendendo o que é cultura", mas garante que não vai beneficiar o gênero nas iniciativas da pasta. "Se cultura é música clássica, jazz, nós vamos fazer. Tudo que for cultura --chorinho, pagode, MPB-- vai ter espaço", diz. "Eu não preciso ajudar o funk, ele já está bem."

    O futuro secretário --a Câmara dos Vereadores decide sobre a criação da pasta nesta semana-- reclama do que chama de "censura" ao funk, o que encontrou na própria prefeitura da qual fará parte. "Todos os ofícios para autorizar festa na rua tinham um requisito que impedia de tocar música funk."

    Mas a principal reclamação atualmente é uma lei sancionada pelo governador Sérgio Cabral Filho --que dançou o "Créu" na semana passada-- que submete a realização de bailes funk à aprovação da PM e impõe exigências como um banheiro a cada 50 pessoas.

    "Vou falar para os funkeiros que vamos ter um campeonato de defecação. É muito banheiro. Esse limite não faz sentido. O próprio governo usa a linguagem do funk em suas campanhas, como: 'Vamos dar um Créu na dengue'", diz.

    Preso duas vezes acusado de envolvimento com traficantes --acabou absolvido--, Costa sentiu na pele o que chama de perseguição ao funk. "Os desembargadores viram que eu não fumava, não cheirava. Faço baile para mais de 150 mil pessoas, não para traficante."

    O empresário quer inaugurar sua gestão com uma exposição do pintor brasileiro Candido Portinari. Seu principal projeto é o "Shopping da Cultura", um espaço com teatro, cinema, escola de música e centro de gastronomia. Ele pretende fazer uma grande festa na posse, "com gente batendo lata e cuspindo fogo".

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