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    "Rei do Horror", Boris Karloff engrenou após Bela Lugosi negar papel de Frankenstein; leia trecho

    da Folha Online

    02/02/2009 20h22

    O ator Boris Karloff se notabilizou por sua participação em filmes de terror e chegou a ser conhecido como o "Rei do Horror". Atuou em produções como "A Noiva de Frankenstein", "A Múmia" e "Frankenstein", personagem com o qual passou a ser identificado.

    O célebre papel, porém, pertencia a princípio ao ator Bela Lugosi, que o recusou por não possuir falas e por precisar cobrir seu rosto com maquiagem. Karloff assumiu a tarefa e hoje "Frankenstein" é um clássico, considerado por muitos críticos o melhor filme de terror da história.

    Boris Karloff faleceu no dia 02 de fevereiro de 1969, há exatos quarenta anos, segundo o livro "Como Eles Morreram" (Panda Books), que apresenta de forma dinâmica a trajetória de vida e conta como foi a morte de personagens históricos, artistas, políticos e atletas consagrados.

    Aos 81 anos, Karloff faleceu em sua casa devido a complicações de um grave enfisema.

    Saiba mais sobre Boris Karloff no trecho de "Como Eles Morreram" abaixo:

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    Divulgação
    Capa do livro "Como Eles Morreram"
    Capa do livro "Como Eles Morreram"

    BORIS KARLOFF

    Filho de um abastado diplomata inglês, Boris Karloff desfrutou dos privilégios típicos das família de um agente da Coroa na antiga Inglaterra. Sua infância incluiu educação particular, viagens longas, contato com arte e teatro. E ele chegou a fazer uma matrícula na London University a fim de se preparara para uma carreira representando seu país no exterior. Mas, aos 21 anos, Boris abandonou prontamente a aristocracia e fugiu para o Canadá com a primeira de suas cinco esposas.

    Para se sustentar, foi trabalhador rural em fazendas de Ontário e juntou-se a uma companhia de teatro que excursionava. Apesar de ter ficado conhecido como um talentoso ator de tipos, que geralmente usava maquiagem pesada e interpretava homens bem mais velhos, aos trinta anos Boris estava divorciado e sem um tostão, de modo que foi procurar trabalho em Hollywood. Lá obteve papéis com facilidade - em 12 anos ele fez oitenta aparições em filmes-, mas a quantidade de trabalho impedia tanto sua compensação financeira quanto o reconhecimento da crítica por seus esforços.

    Finalmente, em 1931, Bela Lugosi recusou um papel que não teria falas e para o qual ele precisaria cobrir seu rosto com maquiagem, o do mostro em Frankenstein. Assim, o papel foi para Boris, que não tinha nenhuma vaidade ou resistência em trabalhar no gênero de terror. O filme se tornou um clássico e, setenta anos depois, Boris é o único nome prontamente associado a ele, ainda que nem tenha aparecido nos créditos do lançamento original.

    Ao longo dos 35 anos seguintes, Boris reinou como o Rei do Horror e participou de diversas produções nesse gênero -em sua carreira, ele apareceu nos créditos de mais de duzentos filmes. No final dos anos 1950, o ator precisou diminuir a rotina movimentada por causa de sua saúde debilitada. Mas ele não chegou a desistir inteiramente de fazer filmes e, na última década de sua vida, apesar de sofrer de um enfisema severo e precisar usar cadeira de rodas e máscara de oxigênio entre as cenas, Boris continuou a fazer suas aparições na televisão e no cinema.

    Aos 81 anos, o ator morreu em sua casa devido a complicações de seu enfisema. Ele foi cremado, e suas cinzas, depositadas no Garden of Remembrance, no Mount Cemetery, que fica em uma colina na parte alta de Guilford, na Inglaterra. Guilford é uma curiosa vila localizada a 45 minutos de Londres.

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    "Como Eles Morreram"
    Autor: Tod Benoit
    Editora: Record
    Páginas: 320
    Quanto: R$ 45,90
    Onde comprar: pelo telefone 0800-140090 ou no site da Livraria da Folha

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