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    Vaticano acha autorretrato de Michelangelo em afresco

    da Efe, em Roma

    02/07/2009 13h32

    Um novo autorretrato do pintor italiano Michelangelo, um dos mestres do Renascimento, foi descoberto na recém-restaurada Capela Paulina, que fica dentro do Vaticano.

    A descoberta despertou o interesse de críticos e estudiosos do artista renascentista, informa nesta quinta-feira (2) o jornal "La Repubblica".

    Segundo o chefe dos restauradores dos Museus Vaticanos, Maurizio de Luca, um "autoritário" Michelangelo aparece num dos dois afrescos da Capela Paulina --o da Crucificação de São Pedro. De turbante azul, o pintor encontra-se ao lado esquerdo da cena, como um dos três cavaleiros romanos que acompanham a crucificação.

    Reprodução
    Michelangelo aparece no afresco Crucificação de São Pedro à esquerda do quadro, de turbante azul
    Michelangelo aparece no afresco Crucificação de São Pedro à esquerda do quadro, de turbante azul

    O parecer dado por De Luca foi corroborada pelo diretor dos Museus Vaticanos, Antonio Paolucci. "A restauração foi feita de forma excelente. O resto são opiniões. Digo com toda sinceridade: o cavaleiro com turbante parece Michelangelo, embora mais jovem, porque naquela época ele tinha 70 anos", declarou.

    O restaurador e biógrafo do mestre renascentista, Antonio Forcellino, viu o autorretrato e concordou com a identificação que foi feita pelo Vaticano.

    "(O autorretrato) faz parte da tradição de Michelangelo" e, "neste caso, aparece de modo evidente o tormento que caracterizava o temperamento do artista, como em cada personagem e em sua obra", disse.

    Sobre o turbante, Forcellino afirmou: "Ele costumava se proteger do pó com um turbante branco quando trabalhava". E o fato de ele aparecer montado num cavalo não surpreende porque "Michelangelo adorava cavalgar", acrescentou.

    Para a especialista Cristina Acidini, que trabalha nos museus romanos, o Michelangelo da Capela Paulina se parece muito com o famoso retrato do gênio feito por Daniele da Volterra em 1541.

    "Sua expressão é de sofrimento, tristeza, tensão, como se compreendesse a injustiça que estava sendo feita" com a crucificação de São Pedro, disse a museóloga.

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