Um bilhete manuscrito do dramaturgo irlandês George Bernard Shaw (1856-1950) foi descoberto após permanecer por 79 anos em um velho armário, informou neste domingo a rede de televisão inglesa BBC. O texto, escrito na parte de trás de uma fotografia do ganhador do Prêmio Nobel de Literatura de 1925, foi encontrado pelo investigador Peter Walker, durante uma revisão de uns arquivos para comemorar o 90º aniversário do Partido Trabalhista de Wimbledon (sul de Londres)
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O escritor irlandês George Bernard Shaw, Nobel de Literatura de 1925 |
Shaw enviou o bilhete em 1930 para celebrar a inauguração de uma sala na casa de Willian Morris, radicado em Wimbledon. O bilhete se refere ao escritor, arquiteto e ativista socialista William Morris (1834-1896) e faz alusão também a participação em campanhas políticas do século 19.
No bilhete, Shaw escreveu: "William Morris e eu rezamos juntos o evangelho do trabalhador em muitas ocasiões. Muitas pessoas respeitáveis pensaram que não merecíamos ser enforcados". O escritor, que nasceu em Dublin e emigrou para Londres, acrescentou que se declara "orgulhoso da inauguração de uma sala dedicada a ele [Morris]".
Walker comentou que a descoberta do bilhete de "um dos nossos maiores dramaturgos é muito emocionante". Shaw foi o primeiro a ganhar um prêmio Nobel e um Oscar da Academia de Hollywood, de 1938, na categoria de melhor roteiro adaptado pelo filme "Pigmalião", baseado em uma obra homônima do autor irlandês. Em 2007, o ex-vice-presidente dos Estados Unidos, Al Gore, recebeu o Nobel da Paz e o Oscar de melhor documentário por "Uma Verdade Inconveniente", sobre mudanças climáticas e aquecimento global.