Como compositor, cantor e como figura da nossa música, Cartola é essencial. Importante na criação das escolas de samba e autor de sucessos perenes como "O Mundo é um Moinho" e "As Rosas Não Falam", é especialmente adorado pela melancolia elegante de suas canções.
Neste domingo chega às bancas o terceiro volume da Coleção Folha Raízes da Música Popular Brasileira, dedicado a ele.
Ubirajara Dettmar/Folha Imagem | ||
O compositor, cantor e instrumentista Cartola em imagem de 1978 |
O compositor nasceu no bairro do Catete e aos oito anos se mudou com a família para Laranjeiras. Mas foi o bairro de Mangueira, para onde se mudou aos onze anos, que tornou famoso em composições. Foi fundador da Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira e teve canções gravadas na década de 1930 por Francisco Alves e Carmen Miranda.
Nas décadas de 1940 e 1950, desapareceu dos olhos públicos, até ser visto pelo cronista Sergio Porto quando guardava e lavava carros em uma garagem de Ipanema. A partir daí foi redescoberto, gravado por jovens cantores como Nara Leão e teve novos sucessos, como "O Sol Nascerá".
Em 1964, abriu o restaurante Zicartola, ao lado da esposa, Dona Zica. E em 1974 lançou seu primeiro disco, pela gravadora independente Marcus Pereira. Lançaria ainda outros três até sua morte, em 1980.
O livro de Cartola traz biografia, discografia selecionada, letras e fotos. O autor da edição é o jornalista Sérgio de Oliveira. O CD acompanhante vem com versões de "O Mundo é um Moinho", por Beth Carvalho, "Alvorada", por Clara Nunes, e "Acontece", por Paulinho da Viola, entre outras.
A Coleção Folha Raízes da Música Popular Brasileira é composta por 25 livros-CDs, nas bancas todos os domingos até 29 de agosto. Cada volume é dedicado a um compositor da primeira metade do século 20. A edição é de Carlos Calado e a seleção do repertório é dos autores dos volumes, especialistas nas obras dos artistas.
Editoria de Arte | ||