No próximo domingo, dia 28, a Coleção Folha Livros que Mudaram o Mundo traz a autobiografia de um dos mais influentes teólogos do cristianismo. "Confissões", de santo Agostinho (354-430) é o volume 12 da coleção. A tradução é de J. Oliveira Santos e A. Ambrósio de Pina.
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Agostinho é reconhecido como santo pelas igrejas católica e anglicana. Calvinistas e outras linhas do protestantismo costumam vê-lo como teólogo de referência para a Reforma Protestante, enquanto a Igreja Ortodoxa Oriental também o celebra.
Escritas entre 397-398, as "Confissões" expõem a teologia de santo Agostinho narrando sua trajetória, da juventude pecadora à conversão ao cristianismo.
Trata-se, portanto, de uma obra que cruza diversos gêneros: pode ser lida como teologia, como filosofia, como literatura ou até mesmo como história da vida privada --afinal de contas, trata-se de um dos mais completos relatos da vida no século quatro.
Uma de suas passagens mais célebres é aquela em que é descrita a confissão de santo Agostinho, no oitavo dos 13 livros que constituem as "Confissões".
Chorando embaixo de uma figueira, ele ouve de uma casa vizinha uma voz de criança conclamando: "toma e lê; toma e lê", e resolve, então, abrir as "Epístolas dos Apóstolos".
"Não caminheis em glutonarias e embriaguez, nem em desonestidades e dissoluções, nem em contendas e rixas; mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo e não procureis a satisfação da carne com seus apetites", diz a epístola de Paulo aos romanos, na qual seu olhar recaiu.
"Não quis ler mais, nem era necessário", conta santo Agostinho.
"Apenas acabei de ler estas frases, penetrou-me no coração uma espécie de luz serena, e todas as trevas da dúvida fugiram. Então, marcando a passagem com o dedo ou com outro sinal qualquer, fechei o livro."
Editoria de Arte / Folhapress | ||